Teria vazado um suposto plano de paz para a Ucrânia, costurado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a guerra no país europeu. De acordo com informações do jornal britânico, Daily Mail, seria oferecida uma proposta de cessar-fogo imposta ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. A ideia é de que ele aceite um cessar-fogo até a Páscoa, que será no dia 20 de abril.
De acordo com a publicação britânica, Zelensky seria pressionado a aceitar o acordo, que incluiria concessões significativas por parte de Kiev, incluindo a renúncia à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o reconhecimento da soberania russa sobre territórios ucranianos anexados por Moscou.
Além disso, o plano prevê a retirada das tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, onde realizaram uma contraofensiva em agosto do ano passado. Para garantir a estabilidade, um contingente europeu, possivelmente incluindo soldados britânicos, seria encarregado de policiar uma zona desmilitarizada, que seria criada nessa região.
A União Europeia também seria chamada a contribuir com os esforços de reconstrução da Ucrânia, estimados em até US$ 486 bilhões ao longo da próxima década. Segundo a publicação, os planos começariam com um telefonema entre Zelensky e o presidente russo, Vladimir Putin, ainda em fevereiro, seguido por um encontro entre os líderes até o início de março e uma declaração formal de cessar-fogo até abril.
As informações sobre a proposta ainda não foram confirmadas oficialmente por nenhuma das partes.
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Enquanto isso, a Rússia afirmou que a novo governo norte-americano ainda não esclareceu sua posição sobre a resolução do conflito na Ucrânia, o que dificulta a avaliação do papel que Washington poderá desempenhar em futuras negociações. A declaração foi feita nesta terça-feira (6) pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
“Quanto ao possível papel dos EUA na resolução da crise em torno da Ucrânia, tudo dependerá das ações concretas e dos planos da nova administração”, disse Zakharova. “Houve muitas palavras, muitas declarações até agora, mas não há clareza sobre os passos que poderiam ser tomados”, disse ela.
Segundo a porta-voz, Moscou ainda aguarda medidas concretas por parte de Washington antes de fazer qualquer avaliação.
Zelensky se diz disposto a negociar
Por sua vez, o presidente da Ucrânia afirmou estar aberto a um caminho diplomático e disposto a negociar diretamente com o líder russo, Vladimir Putin, para encerrar a guerra entre os dois países, que já se estende por quase três anos, de acordo com uma entrevista dada por ele à CNN.
Zelensky destacou que, caso um encontro com Putin fosse a única alternativa para alcançar a paz, ele estaria disposto a seguir esse caminho, mas salientou que a condição é que outros países participem da mesa de negociações. “Se sentar com Putin à mesa de negociações fosse o único cenário em que poderíamos levar paz aos cidadãos da Ucrânia. Definitivamente faríamos esse cenário, para uma reunião com esses quatro participantes”, afirmou.
Quando questionado sobre a possibilidade de flexibilização das sanções contra a Rússia como parte de um acordo, Zelensky alertou que isso poderia aumentar o risco de novas invasões, reforçando a necessidade de manter pressão sobre Moscou.
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