A Rússia sinalizou ao Ocidente uma postura mais agressiva em sua doutrina nuclear, após relatos de que a Ucrânia utilizou mísseis balísticos de longo alcance ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, para atacar uma instalação militar na região de Bryansk, próxima à fronteira russa, provocando o que pode ser uma escalada da tensão na Guerra da Ucrânia.
O Kremlin afirmou que o uso dessas armas demonstra uma tentativa ocidental de intensificar o conflito, elevando os riscos de um confronto mais amplo. Ontem (18), o presidente dos EUA, Joe Biden, deu sinal verde para Kiev usasse o armamento.
Segundo o Ministério da Defesa russo, seis mísseis foram lançados no ataque, dos quais cinco foram interceptados por sistemas de defesa aérea, enquanto fragmentos do sexto atingiram a instalação militar, provocando um incêndio rapidamente controlado. A Rússia garantiu que não houve vítimas nem danos significativos. A Ucrânia não comentou oficialmente o ataque, mas veículos de imprensa locais, como o Kyiv Post, confirmaram a operação, sem especificar as armas utilizadas.
Guerra na Ucrânia: Putin assina decreto que atualiza parâmetros de uso nuclear
Em resposta ao incidente, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto que atualiza os parâmetros para o uso de armas nucleares pela Rússia. De acordo com o documento, qualquer agressão contra o território russo por um estado não nuclear, se apoiada por uma potência nuclear, será tratada como um ataque conjunto. A doutrina também prevê o uso de armas nucleares em caso de ameaças críticas à soberania e integridade territorial da Rússia ou de seus aliados, como a Bielorrússia.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou os Estados Unidos de permitir a escalada do conflito ao fornecer mísseis de alta tecnologia para a Ucrânia. Em uma entrevista coletiva na cúpula do G20, Lavrov afirmou que o uso dos ATACMS reforça a intenção do Ocidente de intensificar as hostilidades, destacando que tais armas não poderiam ser operadas sem apoio técnico americano.
A decisão de Washington de autorizar o uso de armas de longo alcance pela Ucrânia é vista como uma resposta simbólica à crescente cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte. Contudo, especialistas alertam para o risco de uma escalada descontrolada, já que o Kremlin considera o ataque uma provocação direta.
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