O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou seu plano de utilizar as Forças Armadas para apoiar sua política de deportação de imigrantes em massa, conforme declarou em uma entrevista à revista Time, publicada na quinta-feira (12). Trump afirmou que usará o Exército “até o nível máximo permitido pela lei” para realizar as deportações.
Quando questionado sobre uma legislação que proíbe o uso das Forças Armadas em questões internas dos EUA, Trump respondeu que considera a imigração ilegal uma invasão externa, que precisa ser interrompida.
“Eu a considero uma invasão do nosso país”, disse Trump à Time, durante a entrevista que acompanhou sua nomeação como “Pessoa do Ano” pela revista. “Vamos chamar a Guarda Nacional e iremos até onde eu tiver permissão para ir, de acordo com as leis de nosso país.”
A legislação americana estabelece que os militares não podem ser empregados para a aplicação de leis internas sem a autorização do Congresso.
Trump também sugeriu a construção de novos centros de detenção para abrigar migrantes, mesmo enquanto mantém negociações com outros países para receber os deportados. Além disso, ele ameaçou impor tarifas sobre aliados que se recusassem a aceitar os migrantes deportados pelos EUA.
“O que for necessário para retirá-los, não me importo. Honestamente, farei o que for preciso dentro dos limites da lei, mas, se precisar de novos centros [de detenção], espero não precisar de muitos, porque quero tirá-los e não mantê-los em centros por 20 anos”, afirmou.
“Eu os quero fora, e os países têm que recebê-los de volta. Se não os aceitarem, não faremos negócios com esses países e os tributaremos substancialmente. Quando enviarem produtos, terão tarifas altas, o que tornará muito difícil para eles fazerem negócios conosco”, concluiu.
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Política de deportação de imigrantes
Trump disse em uma entrevista à NBC News no domingo que pretende deportar todos os imigrantes que estão ilegalmente nos EUA durante seu mandato de quatro anos, em uma campanha que afetaria milhões de famílias e prejudicaria empresas que dependem desses trabalhadores, incluindo na agricultura.
Estima-se que havia 11 milhões de imigrantes ilegais nos EUA em janeiro de 2022, de acordo com um relatório do Departamento de Segurança Interna, um número que provavelmente aumentou nos últimos anos.
Trump se esforçou para aumentar as deportações durante seu primeiro mandato presidencial (2017-2021). Ao contar os imigrantes deportados pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e aqueles que foram devolvidos ao México de maneira mais informal pelas autoridades de fronteira dos EUA, o presidente norte-americano, Joe Biden, deportou mais em 2023 do que em qualquer ano de Trump.
Trump é eleito “Pessoa do Ano”
O presidente eleito dos Estados Unidos foi nomeado “Pessoa do Ano” pela revista Time nesta quinta-feira (12). Esta é a segunda vez que ele recebe o título, a primeira foi em 2016.
A publicação destaca o renascimento político de Trump na história dos EUA, mencionando as investigações que o envolvem e a tentativa de assassinato que sofreu durante um comício na Pensilvânia. O texto enfatiza: “Ele derrotou não um, mas dois adversários democratas, conquistou os sete estados decisivos e se tornou o primeiro republicano a vencer o voto popular em 20 anos”, destaca o texto.
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