O plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar tarifas recíprocas deve se concentrar em um grupo limitado de economias que impõem barreiras comerciais e mantêm superávits significativos com os EUA, afirma a Reuters. Entre os principais alvos estão Japão, União Europeia, Canadá e México.
Inicialmente, Trump anunciou que as novas tarifas, previstas para serem divulgadas em 2 de abril, se aplicariam a todos os parceiros comerciais dos EUA. No entanto, em declaração recente, ele indicou que diversos países poderiam ser isentados. Mercados com superávits menores e volume de comércio reduzido, como na África, podem não ser afetados.
Tarifas de Trump: quem são os “15 sujos”
De acordo com Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, os países afetados fazem parte do grupo apelidado de “15 sujos”, que corresponde a cerca de 15% dos parceiros comerciais dos EUA e inclui aqueles que aplicam tarifas elevadas e barreiras comerciais. Um relatório do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) cita União Europeia, China, Canadá, México, Índia, Japão, Coreia do Sul e Taiwan como de interesse especial para a medida.
Em 2024, o Japão registrou um superávit comercial de US$ 68,5 bilhões com os EUA, enquanto a Coreia do Sul teve um saldo positivo de US$ 66 bilhões e a Índia, US$ 45,7 bilhões. No entanto, esses valores ainda são inferiores ao superávit da China, que atingiu US$ 295,4 bilhões.
A estratégia de limitar a aplicação das tarifas recíprocas a um grupo específico de países visa reduzir os desafios administrativos de sua implementação. Os EUA atualmente impõem tarifas sobre mais de 12 mil categorias de produtos em relação aos 166 membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), o que equivale a cerca de 2 milhões de tarifas. Segundo Deborah Elms, especialista em política comercial da Hinrich Foundation, estabelecer novas tarifas recíprocas para todos os parceiros seria inviável.
As autoridades do USTR, responsáveis por implementar as tarifas, assumiram seus cargos apenas em março e ainda não desenvolveram um sistema para uma reformulação abrangente. O governo Trump chegou a considerar um modelo simplificado, dividindo os parceiros comerciais em três categorias tarifárias, mas a proposta foi descartada.
Goldman Sachs alerta sobre tarifa de 20%
O Goldman Sachs publicou relatório alertando que as as tarifas recíprocas tendem para uma surpresa negativa para os mercados, com uma alíquota inicial que pode chegar perto de 20%. O banco alega que, mesmo uma abordagem mais restritiva para as tarifas, elas terão um impacto profundo, dada sua abrangência.
Tarifas específicas para automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos devem ficar para depois
Além disso, Trump anunciou que tarifas adicionais sobre automóveis e outros setores serão divulgadas em breve. Segundo o Wall Street Journal e a Bloomberg, as tarifas sobre automóveis e semicondutores podem não ser anunciadas na mesma data prevista para as tarifas recíprocas, mas estão sendo avaliadas separadamente.
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