O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que a proposta de tarifa zero no transporte público deve integrar a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A medida, segundo ele, está sendo analisada por meio de um estudo técnico encomendado pelo próprio presidente.
Em entrevistas concedidas à Record e ao programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov, Haddad destacou que o governo está realizando uma “radiografia” do setor de transporte urbano para avaliar a viabilidade da gratuidade.
“Nós estamos fazendo nesse momento uma radiografia do setor a pedido do presidente Lula. Ele sabe que esse tema é importante para os trabalhadores, para o meio ambiente e para a mobilidade urbana”, declarou o ministro.
Tarifa zero no transporte público: Estudo em andamento
De acordo com Haddad, a equipe econômica busca levantar dados sobre custos, subsídios públicos, aportes feitos por empresas via vale-transporte e o peso direto para o trabalhador. Também estão em análise gargalos tecnológicos e oportunidades de modernização.
“Tem vários estudos que estão sendo recuperados pela Fazenda para verificar se existem outras formas mais adequadas de financiar o setor. Estamos perseverando nesses levantamentos para apresentar uma radiografia completa e verificar quais são as possibilidades de melhorar um serviço que tem um apelo social muito forte”, afirmou.
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Impacto fiscal e reação do mercado
A possibilidade de implantação da tarifa zero já vem gerando repercussões no mercado financeiro. Na semana passada, apenas a especulação sobre o tema elevou as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), diante das incertezas fiscais. Após as novas declarações de Haddad, as taxas voltaram a subir nesta terça-feira, refletindo também no Ibovespa e no dólar.
Contexto político
O debate sobre a tarifa zero ganhou força nas redes sociais e entre apoiadores do governo, que veem a medida como um alívio direto para a população trabalhadora. No entanto, especialistas apontam dúvidas sobre sua viabilidade financeira em âmbito nacional.
Nos últimos meses, o Palácio do Planalto tem impulsionado pautas de caráter popular, como o fim da escala 6×1 na jornada de trabalho, em um movimento que reforça a agenda social do governo antes da disputa eleitoral de 2026.
Enquanto isso, experiências locais enfrentam resistência. Em Belo Horizonte, por exemplo, a Câmara Municipal rejeitou na semana passada um projeto que previa a gratuidade dos ônibus municipais em até quatro anos, financiada por uma Taxa de Transporte Público paga por empregadores, além de receitas de publicidade e multas às concessionárias.
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