“Se os títulos do Tesouro se mantiverem nesse nível atuais, o Brasil quebra”, alerta Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset. Para ele, a recente sequência de quedas do dólar frente ao real não significa uma melhora da economia, mas sim um reflexo da ausência de notícias negativas, impulsionada pelo recesso parlamentar.
Durante sua participação no Latin America Investment Conference, realizado pelo UBS e UBS BB, Stuhlberger afirmou que a situação fiscal do país é preocupante. “A avaliação do Brasil obviamente não é boa”, disse no evento ocorrido em São Paulo. Ele comparou a atual estabilidade cambial a um “piquenique à beira do vulcão”, citando o aumento das despesas públicas e os juros próximos a 15% ao ano, segundo o E-Investidor.
O gestor destacou que uma NTN-B 35 está oferecendo juros reais de 7,35%, nível que considera insustentável no longo prazo. “Tenho certeza de que esse nível não se manterá nos próximos anos; ou o Brasil quebra”, enfatizou. Para ele, será necessária uma mudança significativa na condução econômica ou até no governo para evitar um colapso.
Impacto de Trump no mercado
Além do cenário doméstico, Stuhlberger também comentou sobre o impacto da volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Ele apontou que a agenda do presidente republicano mantém pilares como desregulação, combate à cultura “woke” e restrição à imigração. No entanto, destacou uma mudança na abordagem sobre tarifas comerciais.
“Ele claramente está repensando com calma a agenda de tarifa, o que não é muito de seu estilo. E isso foi uma grande surpresa, pelo menos para o que o mercado precificava”, afirmou. Segundo Stuhlberger, a volatilidade das declarações do presidente torna arriscado operar no mercado com base em suas falas.
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