Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Setor industrial do Brasil cai em setembro pela primeira vez desde 2023

Setor industrial do Brasil cai em setembro pela primeira vez desde 2023

O setor industrial do Brasil em setembro registrou retração pela primeira vez desde o fim de 2023, sinalizando uma piora significativa nas condições operacionais. A demanda em queda puxou novos pedidos, produção e compras de insumos para os níveis mais baixos em quase dois anos e meio, levando o Índice de Gerente de Compras (PMI®), medido pela S&P Global, a 46,5 pontos — a pior marca em 29 meses.

Segundo os dados, o desempenho no terceiro trimestre de 2025 foi o mais fraco desde o início de 2023. Para lidar com a desaceleração, empresas optaram por estoques mais enxutos, reduzindo tanto matérias-primas quanto produtos acabados. Apesar do cenário adverso, o setor manteve um leve crescimento no emprego e alguma confiança em relação ao futuro.

Custos e preços recuam após quase dois anos

Um ponto de alívio para os fabricantes foi a redução dos custos de insumos, que caíram pela primeira vez desde outubro de 2023. Essa queda abriu espaço para que empresas oferecessem descontos nos preços finais, numa tentativa de recuperar a demanda interna. A combinação de maior oferta de insumos e a desvalorização do dólar contribuiu para a diminuição das pressões de custos.

Publicidade
Publicidade

Mesmo com insumos mais baratos, as compras de matérias-primas caíram no ritmo mais acelerado desde abril de 2023, reflexo da menor necessidade de produção. Os estoques de pré e pós-produção também tiveram forte retração, alcançando os níveis mais baixos em quase dois anos.

Impacto internacional e desempenho das exportações

No comércio exterior, o setor industrial brasileiro enfrentou dificuldades. Embora os pedidos internacionais também tenham diminuído, a retração foi mais moderada. As tarifas dos Estados Unidos provocaram cancelamentos, mas a demanda de países como Argentina, Itália, México, Uruguai e Reino Unido ajudou a suavizar o impacto.

Esse movimento internacional, porém, não foi suficiente para compensar a queda expressiva no mercado interno, que segue como principal fonte de demanda para os fabricantes.

Perspectivas e otimismo para o próximo ano

Apesar do quadro desafiador, há sinais de otimismo. Fabricantes acreditam que 2026 pode trazer uma recuperação, impulsionada por possíveis acordos tarifários com os EUA, investimentos em tecnologia e ampliação da base de clientes. Esse cenário positivo foi refletido em uma leve alta nas contratações em setembro, ainda que tímida diante das reduções anteriores.

Para Pollyanna de Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, o quadro atual reflete um período de forte pressão, mas não de desânimo. “O terceiro trimestre de 2025 foi particularmente desafiador para os fabricantes brasileiros, com setembro trazendo retrações mais acentuadas nos pedidos às fábricas e na produção. Embora as vendas internacionais tenham tido um desempenho um pouco melhor, isso não foi suficiente para compensar o declínio mais amplo”, afirmou.

Ela acrescenta que, apesar da retração, as empresas ainda olham para frente com esperança: “Com as empresas mantendo-se otimistas em relação ao ano que vem, houve uma leve onda de criação de empregos em setembro. Em uma nota mais otimista, os custos de insumos caíram pela primeira vez em quase dois anos, o que permitiu às empresas reduzir os preços de venda em uma tentativa de estimular a demanda”.

Leia também: