Os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 15,4 bilhões em março deste ano, foi o que informou o Banco Central nesta segunda-feira (25). De acordo com a instituição bancária, a saída líquida contabilizou o montante de R$ 327,1 bilhões e os depósitos representaram a quantia de R$ 311,7 bilhões.
Este cenário, com alto número de saques, representa o maior índice registrado para a poupança no mês de março, isto é, na série histórica do Banco Central que teve o seu início em janeiro de 1995. Este recorde superou o valor de R$ 11,4 bilhões, que foi contabilizado em 2015.
Saques em alta no primeiro trimestre
Houve maior saída de dinheiro da poupança do que entrada de recursos ao longo do primeiro trimestre. Os saques superaram os depósitos em R$ 19,7 bilhões durante o mês de janeiro. Em fevereiro, a retirada de dinheiro ultrapassou os depósitos em R$ 5,3 bilhões.
O somatório entre os três primeiros meses do ano representou o montante de R$ 40,4 bilhões, o que consiste em um recorde histórico para o período analisado.
Vale lembrar, que o brasileiro sacou R$ 27,5 bilhões das poupanças no ano anterior e o valor anotado em 2021 foi considerado bastante alto.
Possíveis motivos
A retirada de recursos da poupança está relacionada a alta de 11,3% da inflação nos últimos 12 meses, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Vale destacar, que são sete meses consecutivos com o aumento excessivo em dois dígitos.
Outro fator que pode explicar o crescimento de saques é a alta na taxa básica de juros. A Selic está em 11,75% ao ano e este índice contribui para impedir um maior retorno da caderneta, em 6,17% com o acréscimo da Taxa Referencial. Desta forma, a poupança perde rendimento para a inflação e está em desvantagem no comparativo com outras aplicações de renda fixa.
Por fim, os tradicionais gastos de janeiro como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar também contribuíram para a alta saída líquida de recursos da caderneta no início deste ano.
