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Rio Grande do Sul: agro é setor mais afetado por enchentes

Rio Grande do Sul: agro é setor mais afetado por enchentes

As chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul devem ter impacto negativo sobre o setor agro do Estado. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o agronegócio é o setor da economia mais afetado pela tragédia, com prejuízo de R$ 506,8 milhões.

Até então, já são R$ 967,2 milhões em danos financeiros no Rio Grande do Sul em geral, considerando também outros segmentos e o setor público — número que ainda pode ser bem maior. A Defesa Civil do estado aponta que mais de 330 municípios foram afetados pelas enchentes. Os valores apurados são referentes a apenas 25 municípios, segundo a CNM.

“Os danos serão infinitamente superiores aos já apontados. A maioria dos municípios afetados ainda enfrenta situação extrema e atua no resgate às vítimas”, afirmou a CNM em nota.

A Cogo Consultoria calcula que as perdas potenciais das lavouras sejam de 6,5 milhões de toneladas de soja. A previsão para a safra 2023/24 era de uma colheita de 21 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, o que equivale a cerca de 15% da produção brasileira.

Para o arroz, o Datagro estima prejuízo de R$ 68 milhões, com perda de cerca de 750 mil toneladas. O RS responde por 70% da produção nacional.

Com enchentes no Rio Grande do Sul, frigoríficos ficam parados

O Rio Grande do Sul detém atualmente 20% dos abates de suínos e 11% dos de frangos do país. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), há atualmente dez indústrias do segmento paradas. Prevê-se que a retomada da produção leve mais de 30 dias.

Ricardo Santin, presidente da ABPA, diz que embora as unidades estejam paralisadas, a indústria descarta abates sanitários na região. Em vez disso, busca alternativas para fazer com que a ração chegue aos animais. “Graças à mobilização da sociedade, estamos conseguindo fazer chegar ração, contando com a solidariedade das pessoas no auxílio para as entregas”, afirmou.

Até então, houve morte de animais somente em função das enchentes. Uma força-tarefa, em parceria com o governo federal, transportou as aves e suínos das regiões atingidas para industrialização em outras unidades com operação normal.

Arroz e carnes podem ficar mais caros

As tempestades que atingem o Rio Grande do Sul podem exercer pressão sobre a inflação nas próximas semanas. O estado é um importante produtor de arroz, carnes e outros produtos in natura.

Economistas destacam que as chuvas impactam não só o crescimento das culturas, mas também a distribuição dos produtos. Tanto rodovias como portos estão prejudicados pelas enchentes que dominaram a região.

Dado que são commodities e podem ser utilizados como ração para alimentar os animais que são consumidos, é possível que leve a um encarecimento do frango, dos ovos, da carne bovina e da carne suína.

Apesar da temporada mais significativa de colheita do arroz ter ocorrido em março e abril, o impacto das tempestades pode se refletir nos preços deste produto. No entanto, o nível de estoques pode ajudar a mitigar esse efeito.

No atacado, é esperado um aumento de 5% a 6% nos preços em maio, o que pode resultar em um aumento de 2% a 3% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) durante o mês. Considerando que o arroz representa aproximadamente 0,75% do IPCA, esse aumento poderia implicar em um impacto próximo de 0,02 ponto percentual.

Em resposta ao desligamento de subestações de energia elétrica causado pelas chuvas que impactaram parte da infraestrutura, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) começou, na quinta-feira (2), a importação emergencial de energia do Uruguai para assegurar o fornecimento no Rio Grande do Sul.

Representantes de produtores, empresas cerealistas, do setor de biodiesel, agroindústrias e revendas de insumos do Rio Grande do Sul solicitaram ao Ministério da Agricultura a implementação de medidas “extraordinárias” para revitalizar o setor produtivo.

Os representantes do setor produtivo gaúcho também pediram um encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.