O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Banco Central (BC), aponta revisão para cima na expectativa de inflação de 2023: de 5% para 5,8% ao ano, na comparação com o RTI anterior, divulgado em dezembro.
O valor é o mesmo de 2022 e fica acima do limite superior do intervalo de tolerância (4,75%) da meta para a inflação (3,35%). Lembrando que o intervalo de tolerância é de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.
Na projeção do BC, a inflação deve fechar o primeiro trimestre em 4,8%; o segundo, em 3,8%; e o terceiro em 6%; para enfim alcançar 5,8% no último trimestre e assim encerrar o ano.

A probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta passou de 57% de dezembro para 83%.
Para 2024, também revisão para cima: de 3% estimados em dezembro, para 3,6% ao ano. No ano que vem, a meta de inflação é de 3%. A chance de estouro da meta foi de 14% para 26%.
Para 2025, a projeção subiu de 2,8% para 3,2%. E a meta também é de 3%. A chance de estouro da meta neste ano foi de 11% em dezembro para 17%.

Ou seja, em resumo, o BC acredita que 2023 será mais um ano de estouro da meta de inflação (o terceiro sequencial), até que a alta de preços fique dentro do objetivo do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que define a meta de inflação e é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mais os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o RTI corrobora a visão de que a taxa básica de juros, Selic, será mantida em 13,75% por todo ano de 2023.
“O Relatório trouxe pouca novidade em relação à ata do Copom. Mantemos nosso cenário de Selic a 13,75% até o final do ano, o que é mais duro do que aponta o Boletim Focus (que projeta taxa de juros em 12,75% até dezembro) e mais duro do que parte do mercado, que vê possível corte de juros dentro de uma ou duas reuniões do Copom”, afirma.

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