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Recessão econômica: Kautz, da EQI Asset, vê recuo suave da atividade global; saiba onde investir

Recessão econômica: Kautz, da EQI Asset, vê recuo suave da atividade global; saiba onde investir

Diante do noticiário atual, muitos investidores se perguntam: estamos ou não prestes a entrar em um período de recessão econômica global?

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o risco de recessão global está aumentando, especialmente nos Estados Unidos e na Europa.

Mas, ao contrário das visões mais alarmistas, ela tende a não ser tão forte assim.

“A gente entende que o risco está aumentando sim. Vemos a economia andando em duas velocidades distintas: uma no setor de serviços, ainda positivo, e outra na indústria, cada vez com sinais mais negativos”, aponta.

“O que tem segurado a economia mundial tem sido o setor de serviços. Os PMIs (Índices dos Gerentes de Compras, indicadores divulgados pela S&P Global) e os ISMs (PMIs divulgados pelo Institute for Supply Management), no mundo inteiro estão com sinais cada vez mais negativos”, aponta.

Vale dizer que as leituras dos PMIs acontecem mensalmente e, quando vêm abaixo de 50 pontos, indicam contração da atividade.

“A economia global está em trajetória de desaceleração, e deve ter crescimento muito próximo de zero, com recessão no segundo semestre”, avalia Kautz.

No entanto, o economista-chefe vê uma recessão suave se formando nos EUA. “As famílias americanas ainda têm poupança e o mercado de trabalho segue apertado, com taxa de desemprego baixa, o que tem gerado aumento da massa salarial, com renda em patamares mais ou menos estáveis”, diz.

Para ele, a recessão não será muito profunda e deve acontecer entre o segundo semestre de 2023 e o início de 2024.

Impacto a recessão dos EUA no Brasil

Para o Brasil, a recessão nos EUA deve significar preços das commodities para baixo, o que impacta o Produto Interno Bruto (PIB), dado que o país é grande exportador de matérias-primas.

No entanto, explica Kautz, há um contraponto positivo que será a provável valorização do real perante o dólar em caso de recessão americana.

“Em cenário de recessão, os juros nos países desenvolvidos param de subir, com recuo do dólar e moedas de países emergentes têm uma apreciação”, afirma.

Assim, ele vê um possível início de corte de juros no Brasil no segundo semestre, com um 2024 mais positivo para o país.

“Nossa perspectiva para PIB do Brasil em 2023 é entre 2% e 2,5% ao ano. Isso se se confirmar a expectativa de crescimento zero no segundo semestre. Se isso não acontecer, o PIB pode ser até mais forte do que 2,5%”, enfatiza.

Apesar de não ser o cenário-base com que trabalha, ele diz que o risco é a recessão nos EUA surpreender. Neste caso, ele diz, haverá um movimento de aversão global ao risco, com valorização do dólar (moeda forte para onde os recursos migram em casos de crise) e desvalorização do real.

foto Stephan Kautz

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Recessão econômica: entenda o que é e quando ela ocorre

A recessão econômica é um fenômeno com impactos em diferentes setores da economia, incluindo os investimentos das pessoas físicas.

Uma recessão econômica é caracterizada por uma desaceleração significativa e prolongada na atividade econômica de um país.

A duração e a gravidade de uma recessão podem variar, mas geralmente é considerada quando há dois trimestres consecutivos de queda no PIB.

Durante esse período, há uma queda generalizada na produção, emprego e renda. Os principais indicadores econômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB), o consumo, os investimentos e o comércio, são afetados negativamente.

Alguns dos principais gatilhos incluem crises financeiras, instabilidade política, flutuações nos mercados globais, desequilíbrios comerciais, aumento das taxas de juros e diminuição da confiança do consumidor.

Recessão econômica e os impactos nos investimentos

Durante uma recessão, o mercado de ações tende a sofrer grandes oscilações. Os preços das ações podem despencar rapidamente, levando a perdas significativas para os investidores. A incerteza e o pessimismo podem levar os investidores a venderem suas ações em massa, o que pode agravar ainda mais a situação.

O valor dos ativos, como imóveis e investimentos em renda fixa, também pode diminuir. A demanda por imóveis diminui, por queda na renda da população, o que resulta em baixa dos preços.

Além disso, os títulos de renda fixa podem apresentar menor rentabilidade, pois as taxas de juros geralmente são reduzidas para estimular a economia.

Impactos nas empresas e nos empregos

Durante uma recessão, as empresas também podem enfrentar dificuldades financeiras e reduzir sua força de trabalho. Isso pode levar ao desemprego e à diminuição da renda disponível para investir. As pessoas podem precisar retirar seus investimentos para cobrir despesas básicas, resultando em perdas financeiras adicionais.

Recessão econômica nos EUA e oportunidades de investimentos

Embora a recessão traga muitos desafios, ela também pode criar oportunidades de investimento.

Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, afirma que, diante de uma muito provável redução da atividade econômica nos EUA, este é ó momento de aproveitar os “gordos rendimentos em juros” da renda fixa americana.

“A taxa de juros atual nos EUA está no mesmo patamar do topo de 2008 e muito próxima do topo de 2001. São raros os momentos em que os juros estão tão altos! E são nesses raros momentos que você pode (ou deve) comprar ativos de renda fixa de qualidade, a taxas altíssimas de retorno em dólar”, afirma.

“O Tesouro Americano, por exemplo, está pagando 4%, 5% ao ano. E há a oportunidade de se comprar fundos, BONDsETFs etc com retornos estimados acima de 6%, 7%, 8% ao ano (em dólar)”, complementa.

Já para as ações, ele aponta, este ainda não seria o momento ideal de entrada, porque as ações tendem, historicamente, a cair um tempo após o início da recessão, de fato.

“Nos últimos 100 anos, o S&P nunca atingiu o fundo (em pontuação) antes do início da recessão. Nas recessões de 1945 e 2020, por exemplo, a pontuação mínima aconteceu após um mês de se decretar o início da recessão”, explica.

“Já no outro limite, na recessão de 1929, a pontuação mínima do S&P foi atingida somente 34 meses após o início da recessão”, complementa. Acompanhe na tabela abaixo:

tabela com queda do S&P durante recessões

“Por esse histórico, talvez, ainda não seja o ponto ideal de exposição ao mercado acionário. É possível que venha uma queda dos lucros das empresas na economia norte-americana, e a possibilidade de novas quedas das cotações”, conclui.

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