A PNAD Contínua referente ao período de agosto a outubro de 2024 apresentou a menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012: 6,2% da força de trabalho, o equivalente a 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego. Este é o menor contingente de desocupados registrado desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.
O recorde foi impulsionado pelo aumento no número de pessoas ocupadas, que atingiu 103,6 milhões, o maior número já registrado pela pesquisa. Entre os trabalhadores, 53,4 milhões estão empregados no setor privado, sendo 39 milhões com carteira assinada e 14,4 milhões sem carteira, todos recordes históricos.
No setor público, o número de empregados chegou a 12,8 milhões, também um recorde. Com isso, o nível de ocupação alcançou 58,7% da população com 14 anos ou mais, o maior percentual desde o início da PNAD Contínua.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “A recorrente expansão da ocupação em 2024 tem gerado esses recordes, que ultrapassaram os anteriormente registrados – como no caso do Nível da Ocupação, cujo valor máximo até agora havia ocorrido em 2013 (58,5%)”.

Indústria, Construção e Outros serviços lideram aumento da ocupação
Três setores foram os principais responsáveis pelo aumento da ocupação no trimestre móvel de agosto a outubro:
- Indústria: crescimento de 2,9% (mais 381 mil pessoas);
- Construção: aumento de 2,4% (mais 183 mil pessoas);
- Outros serviços: alta de 3,4% (mais 187 mil pessoas).
Esses três grupamentos juntos adicionaram 751 mil novos trabalhadores. No total, o crescimento da população ocupada foi de 1,6 milhão de pessoas no trimestre. Adriana destacou que a Construção teve a maior expansão de 2024.
Comparando com o mesmo período de 2023, sete setores aumentaram o número de trabalhadores, com destaque para:
- Administração pública, saúde e educação: +4,4% (802 mil novos empregos);
- Comércio: +3,3% (623 mil novas vagas);
- Indústria: +5,0% (629 mil novos postos).
Já o setor agropecuário sofreu uma queda de 5,3%, com 446 mil trabalhadores a menos.
Taxa de informalidade atinge 38,9%
A informalidade no mercado de trabalho, que mede a proporção de trabalhadores informais na população ocupada, ficou em 38,9%, o que corresponde a 40,3 milhões de pessoas. Esse é o maior número absoluto desde 2016, embora a taxa tenha ficado próxima ao trimestre anterior (38,7%). O aumento deve-se, principalmente, ao número recorde de trabalhadores sem carteira assinada.
Massa de rendimento cresce 2,4% no trimestre
A renda média habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.255, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior, mas com alta de 3,9% em um ano. Já a massa de rendimento, que soma os rendimentos de todos os trabalhadores, chegou a R$ 332,6 bilhões, um aumento de 2,4% no trimestre e 7,7% no ano.
De acordo com Adriana Beringuy, o aumento do número de trabalhadores contribuiu diretamente para a elevação da massa salarial.
Sobre a PNAD Contínua
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre o mercado de trabalho no Brasil, abrangendo 211 mil domicílios em 3.500 municípios. A coleta de dados é feita trimestralmente por mais de dois mil entrevistadores.
A próxima divulgação, referente ao trimestre encerrado em novembro, está prevista para 27 de dezembro.
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