A taxa de desocupação no 3TRI25 chegou a 5,6%, o menor nível da série histórica iniciada em 2012, segundo a PNAD Contínua divulgada pelo IBGE. Embora o índice tenha recuado apenas em duas unidades da federação na comparação com o trimestre anterior, o país mantém estabilidade em grande parte do território e sinaliza um mercado de trabalho mais ajustado.
Estados como Pernambuco (10,0%), Amapá (8,7%) e Bahia (8,5%) seguem com os maiores percentuais, enquanto Santa Catarina, Mato Grosso (ambos com 2,3%) e Rondônia (2,6%) registram as menores taxas.

A nova divulgação incorpora a reponderação da série histórica da pesquisa, baseada nas Projeções de População atualizadas após o Censo 2022. Essa atualização garante estimativas mais precisas para o comportamento do mercado de trabalho brasileiro e fortalece a confiança nos resultados apresentados.
Redução do tempo de procura por trabalho
A PNAD Contínua mostra que todas as faixas de tempo de procura por trabalho registraram queda no número de desocupação no 3TRI25. Duas delas atingiram seu menor contingente para um terceiro trimestre desde 2012: quem procura emprego entre 1 mês e menos de 1 ano (3,1 milhões) e aqueles de 1 a menos de 2 anos (666 mil).
A faixa de procura inferior a um mês também encolheu, atingindo seu menor volume desde 2015, e os trabalhadores que buscam há dois anos ou mais tiveram o menor contingente em uma década. Essa última categoria caiu 17,8% frente ao mesmo período de 2024, indicando melhora gradual na absorção de trabalhadores pelo mercado.
Segundo o analista do IBGE William Kratochwill, o terceiro trimestre costuma ser um período de ajustes das empresas para o fim do ano. Ele explica que a “taxa de desocupação diminuiu devido ao pequeno aumento da ocupação, que reduziu o tempo médio de procura”.
Diferenças por gênero, raça e escolaridade
Os dados do 3TRI25 expõem diferenças significativas entre grupos populacionais. Enquanto a taxa nacional está em 5,6%, os homens registram 4,5% e as mulheres 6,9%.
Entre grupos raciais, brancos apresentam taxa menor que a média (4,4%), enquanto pretos e pardos ficam acima, com 6,9% e 6,3% respectivamente.
A escolaridade segue como fator determinante: quem tem ensino médio incompleto registra a maior taxa de desocupação (9,8%). Já pessoas com nível superior completo enfrentam apenas 3,0% de desocupação — menos da metade da taxa daqueles com superior incompleto (5,8%).
Informalidade elevada no Norte e Nordeste
A informalidade atingiu 37,8% da população ocupada no 3TRI25. Os maiores índices estão no Maranhão (57,0%), Pará (56,5%) e Piauí (52,7%).
Na outra ponta, Santa Catarina (24,9%), Distrito Federal (26,9%) e São Paulo (29,3%) apresentam menor presença de trabalhadores sem proteção legal.
O IBGE destaca que houve queda de 130 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, compensada por aumento de 111 mil informais no setor público.
Segundo Kratochwill, regiões com maior informalidade também concentram baixa escolaridade e menor rendimento médio.
Renda cresce no Sul e Centro-Oeste
O rendimento médio real no 3TRI25 chegou a R$ 3.507, estável frente ao trimestre anterior e maior que o registrado em 2024. O Sul (R$ 4.036) e o Centro-Oeste (R$ 4.046) foram as únicas regiões com aumento significativo na comparação trimestral.
A massa de rendimento real habitual somou R$ 354,6 bilhões e se manteve estável, com destaque para o Sudeste, que alcançou o maior valor da série: R$ 176 bilhões.
O que vem pela frente?
A PNAD Contínua segue como principal instrumento para medir o mercado de trabalho brasileiro, cobrindo 211 mil domicílios em cerca de 3.500 municípios. Com coleta presencial retomada, a pesquisa deve apresentar novos resultados em fevereiro de 2026, quando será divulgado o desempenho do quarto trimestre de 2025.
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