O Índice de Gerente de Compras – PMI de Serviços do Brasil subiu de 50,6 em fevereiro para 52,5 em março, indicando uma expansão mais acelerada na atividade do setor, conforme divulgou a S&P Global.
O crescimento foi impulsionado pelo aumento das entradas de novos negócios, refletindo condições de demanda mais favoráveis. No entanto, a confiança das empresas caiu para o menor nível desde maio de 2021, em meio a preocupações com inadimplência, inflação e juros elevados.
Aumento de custos pressiona setor
Os custos de insumos seguiram em alta, registrando o segundo maior aumento em quase três anos, perdendo apenas para o observado em fevereiro. Empresas de serviços relataram maiores gastos com alimentos, aluguéis, transportes e serviços básicos, agravados pela desvalorização do real.
Apesar da desaceleração da inflação nos preços cobrados, a taxa ainda se manteve acima da média de longo prazo, o que pode comprometer o consumo e os investimentos no setor.
Geração de empregos desacelera
O cenário positivo para novos pedidos levou as empresas de serviços a ampliar suas contratações pelo quinto mês consecutivo. No entanto, o ritmo de crescimento do emprego foi inferior ao de fevereiro, sinalizando cautela do setor diante da incerteza econômica.
A pesquisa também apontou que o segmento de Serviços ao Consumidor liderou a expansão da atividade, enquanto a categoria de Imóveis apresentou desempenho mais fraco.
Confiança empresarial em queda
Apesar da continuidade do crescimento, a confiança empresarial sofreu um forte revés. As projeções para os próximos 12 meses foram impactadas por preocupações com custos elevados e taxas de inadimplência, fatores que podem comprometer os ganhos econômicos ao longo do ano.
De acordo com Pollyanna De Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence, “embora as empresas de serviços tenham se beneficiado de um aumento nas entradas de novos negócios durante o mês de março, elas destacaram muitos desafios em relação às perspectivas da atividade de serviços. Em especial, as empresas preveem que as pressões inflacionárias e os altos custos dos empréstimos irão limitar os ganhos econômicos nos próximos 12 meses.”
Ela ainda acrescentou: “Uma área preocupante são as pressões sobre os custos, que permaneceram muito altas. Os dados do PMI de março indicaram o segundo aumento mais acelerado nos preços de insumos em quase três anos, com as empresas de serviços lutando contra a fragilidade cambial, negociações coletivas e o aumento dos preços de eletricidade, alimentos, aluguéis, transportes e água.”
PMI composto também aponta crescimento
No contexto mais amplo, o PMI Consolidado do Brasil também registrou avanço, passando de 51,2 em fevereiro para 52,6 em março. A expansão foi semelhante nos setores industrial e de serviços, com destaque para o crescimento dos novos pedidos, que atingiram o maior ritmo desde novembro de 2024. O nível de emprego no setor privado também permaneceu positivo, apesar de uma leve desaceleração.
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