O Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos recuou 0,1% em novembro, melhor que a estabilidade esperada pelo consenso do mercado. Em outubro, a leitura havia sido de 0,2%.
Na comparação anual, o PCE subiu 2,6%, também melhor do que os 2,8% estimados. Em outubro, a alta anual foi de 3%.
O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis (alimentos e combustíveis) e é o indicador favorito do Federal Reserve (Fed), banco central americano, para acompanhar a inflação, subiu 0,1%, de 0,2% em outubro. O esperado era alta maior, de 0,2%.
A renda pessoal em novembro subiu 0,4%, de 0,2% em outubro. A expectativa era por 0,5%.E os gastos com consumo subiram 0,2%, a mesma leitura de outubro.

O relatório de novembro refletiu uma mudança no comportamento do consumidor, com os preços dos serviços aumentando 0,2%, enquanto os preços dos bens diminuíram 0,7%. A queda de 2,7% nos preços da energia e a ligeira queda de 0,1% nos preços dos alimentos contribuiram para conter a inflação no mês.
Com isso, o PCE reforça a tese de que o Fed deve seguir com juros no patamar atual de 5,25% e 5,50% até meados de 2024, para, daí sim, iniciar um ciclo de cortes.
São esperados ao menos três cortes de 25 pontos-base dos juros, o que levaria o teto da taxa a 4,75% ao ano.
Vale lembrar, na última decisão de política monetária, o Fed manteve os juros pela terceira vez consecutiva.

A meta de inflação estabelecida é de 2% e o banco central americano prefere o PCE como medida de inflação ao invés do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), pois o primeiro se concentra mais nos gastos reais dos consumidores do que no custo de bens e serviços, sendo considerado pelo Fed como um indicador mais eficaz de inflação a longo prazo.
O Índice de Preços de Gastos com Consumo dos Estados Unidos é acompanhado de perto por todos os investidores, inclusive os de países emergentes, caso do Brasil.
Com ciclo de queda à vista nos EUA, o Banco Central brasileiro fica mais à vontade para dar continuidade à queda da Selic (atualmente em 11,75%). E com juros em queda nos EUA, também os mercado emergentes tendem a se tornar mais atraentes ao capital estrangeiro. Isso porque a tendência é que a Renda Fixa americana, considerada o investimento mais seguro do mundo, passe a remunerar menos a partir do meio do ano que vem, incentivando a busca por investimentos mais rentáveis – e arriscados.