O Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,2% em dezembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). O núcleo da inflação nos EUA, medida pelo PCE, que exclui preços voláteis — como alimentos e energia — também avançou 0,2% no período.
Em novembro, o PCE avançou 0,1%, após uma leitura de 0,2% em outubro.
A variação anual do núcleo do PCE seguiu a tendência de desaceleração e encerrou o ano de 2023 em 2,9%, de 3,2%. A inflação “cheia” avançou 2,6% em 12 meses.

Na base mensal, a variação da inflação nos EUA ficou em linha com as estimativas de analistas do mercado, de alta de 0,2% para a cheia e o núcleo. Na medida anual, a estimativa era de avanço de 3,0% para o núcleo do PCE e de 2,6% para a cheia.
O núcleo da inflação nos EUA, que exclui itens voláteis, é o indicador favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para acompanhar a inflação.
PIB dos EUA sobe a 3,3% no 4TRI23, acima do esperado
O Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2023 (4TRI23) dos Estados Unidos apresentou alta de 3,3% na base anual, acima do esperado pelo mercado. A primeira leitura do PIB dos EUA foi divulgada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) na quinta-feira (25).
O mercado tinha uma projeção de alta de 2,0% para o PIB dos EUA no 4TRI23. No trimestre anterior, a economia norte-americana acelerou 4,9%, com base nos dados ajustados.
O PIB dos EUA em dólares cresceu 4,8%, ou US$ 328,7 bilhões, para um nível de US$ 27,94 trilhões. Como base de comparação, no 3TRI23, o PIB havia crescido 8,3%, ou US$ 547,1 bilhões.
A projeção é de que o PIB real dos EUA tenha crescido 2,5% em 2023, em comparação com um aumento de 1,9% de 2022. O avanço considerável, segundo o BEA, refletiu principalmente:
- elevações nos gastos dos consumidores;
- alta no investimento fixo não residencial;
- aumento nos gastos dos governos estaduais e locais;
- alta das exportações;
- mais gastos do governo federal, que foram parcialmente compensados por diminuições no investimento fixo residencial;
- crescimento no investimento em inventários.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, reforça que os dados de inflação medidos pelo PCE são os que o Federal Reserve mais foca na hora de suas decisões.
O PCE veio em linha com a projeção do mercado, de alta de 0,20%, sem grandes surpresas, diz Kautz, o que corrobora com as leituras do CPI e PPI, inflação ao consumidor e produtor, respectivamente, divulgados anteriormente, de que os preços fecharam o ano em um patamar melhor.
“Mesmo com a revisão da projeção do Fed de 3,2% para o núcleo do PCE, o resultado fechou em 2,9%, surpreendendo o banco central norte-americano. Isso ajuda na discussão sobre cortes de juros, porém mantemos a visão de que a decisão deve ser empurrada mais para frente, diante de uma atividade e crescimento econômico ainda fortes. O Fed precisa garantir que a inflação continuará baixa.“
Apesar do núcleo do PCE ter alcançado a marca de 2,9%, ainda não atingiu a meta de 2,0% do Federal Reserve. “Por mais que essa convergência aconteça ao longo dos próximos meses, por volta de abril e maio, nosso cenário para corte de juros é somente para junho“, avalia.
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