Com cerca de 60% dos votos, Claudia Sheinbaum foi eleita a primeira mulher e a primeira pessoa de herança judaica a ocupar a presidência do México. Aos 61 anos, ela está prestes a substituir o presidente em fim de mandato, Andrés Manuel López Obrador, seu aliado de longa data.
A vitória de Claudia impactou os mercados locais desde segunda-feira (05). Nos últimos cinco dias, o peso mexicano registra uma queda de aproximadamente 3,68% em relação ao dólar, enquanto a Bolsa de Valores do México (BMV) teve uma desvalorização também próxima de 4% no mesmo período.
Quem é Claudia Sheinbaum?
Conhecida como “la Doctora” por suas significativas contribuições acadêmicas, Claudia é uma física com doutorado em engenharia energética. Ela é ex-prefeita de uma das cidades mais populosas do mundo e fez parte do painel de cientistas climáticos das Nações Unidas que recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Sheinbaum nasceu na Cidade do México em 1962, uma cidade onde atuaria em diversos cargos ao longo das décadas. Seus avós maternos emigraram da Europa para escapar do Holocausto. Durante sua graduação na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), ela se envolveu na política estudantil, protestando contra a privatização da educação pública.
Após se formar, ela estudou engenharia energética na Universidade da Califórnia, Berkeley, onde se tornou fluente em inglês e obteve um mestrado. Em seguida, retornou à UNAM para cursar o doutorado. Sheinbaum entrou na política em 2000, quando foi nomeada secretária de meio ambiente da Cidade do México por Obrador, então chefe do governo da cidade.
Em 2015, ela se tornou a primeira mulher eleita chefe do distrito de Tlalpan, na Cidade do México, onde atuou até 2017. No ano seguinte, foi eleita chefe do governo da cidade – novamente, a primeira mulher a alcançar essa posição. Ela deixou o cargo em junho de 2023 para lançar sua candidatura à presidência.
Seu parceiro, Jesús María Tarriba, é especialista em risco financeiro no Banco do México e eles se conheceram na universidade enquanto estudavam física. Sheinbaum tem dois filhos e um neto.
O que pensa a primeira presidente do México
Em sua campanha, Sheinbaum prometeu “respeitar a liberdade dos negócios” e facilitar “investimentos privados nacionais e estrangeiros”. Além disso, ela afirmou que seu governo “será honesto, sem influências ou corrupção. Será um governo com austeridade republicana“.
Obrador deixará o cargo com amplo apoio e um impressionante histórico de alívio da pobreza, mas seu mandato foi marcado por sua política de “abraços, não balas” de não confrontar os cartéis, permitindo que a violência aumentasse.
A presidente eleita dará continuidade às medidas sociais que caracterizaram o mandato de Andrés Manuel López Obrador. Embora ele deixe o cargo com amplo apoio e um notável histórico de redução da pobreza, enfrentará um dos piores déficits orçamentários desde a década de 1980, resultado dos projetos de infraestrutura e da expansão dos programas de bem-estar promovidos pelo ex-presidente.
Sheinbaum terá que agir rapidamente também nas questões relacionadas ao crime organizado e à segurança no México. O mandato de Obrador foi caracterizado por sua política de evitar confrontos com os cartéis, o que resultou em um aumento da violência.
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