O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) toma posse neste domingo (1º), em Brasília, para seu terceiro mandato. Depois de governar o país entre 2003 e 2010, a posse de Lula reconduz o ex-líder sindical ao cargo depois de uma eleição em que teve apoio de uma frente ampla e, por isso, precisou montar um ministério com várias tendências políticas distintas, muito além dos programas mais à esquerda defendidos pelo PT.
A própria equipe econômica é uma prova dessa “diversidade forçada”. Lula dividiu novamente o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes durante o governo de Jair Bolsonaro, com suas funções divididas em quatro pastas:
- na Fazenda, responsável pela condução da política econômica, Lula nomeou Fernando Haddad, quadro notório do PT, advogado de formação com mestrado em economia e doutorado em filosofia, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação;
- no Planejamento, que ficará responsável principalmente pela gestão do Orçamento e pela criação de projetos de desenvolvimento de longo prazo, Lula sondou o economista André Lara Resende, ligado aos governos tucanos e à criação do Plano Real, mas hoje visto como heterodoxo pelo mercado, mas acabou nomeando a ex-senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro turno das eleições presidenciais e vista como apoiadora fundamental para a vitória do petista no segundo contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL);
- na Indústria, Comércio e Serviços, Lula optou pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, nome com boa recepção junto ao setor produtivo, depois da recusa do empresário Josué Gomes, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e filho de José Alencar, vice de Lula em seus dois primeiros mandatos;
- na Gestão e Inovação, responsável pelo gerenciamento da máquina pública e pela relação patronal do governo com os servidores, a escolhida foi a economista Esther Dweck, acadêmica ligada ao PT.
Veja abaixo todos os ministros do governo Lula:
- Fazenda – Fernando Haddad
- Planejamento – Simone Tebet
- Casa Civil – Rui Costa
- Relações Exteriores – Mauro Vieira
- Justiça – Flávio Dino
- Educação – Camilo Santana
- Indústria, Comércio Exterior e Serviços – Geraldo Alckmin
- Trabalho – Luiz Marinho
- Gestão e Inovação – Esther Dweck
- Desenvolvimento Social – Wellington Dias
- Defesa – José Múcio Monteiro
- Gabinete de Segurança Institucional – Gonçalves Dias
- Secretaria de Comunicação – Paulo Pimenta
- Agricultura – Carlos Fávaro
- Integração e Desenvolvimento Regional – Waldez Góes
- Pesca – André de Paula
- Previdência – Carlos Lupi
- Cidades – Jáder Filho
- Comunicações – Juscelino Filho
- Minas e Energia – Alexandre Silveira
- Desenvolvimento Agrário – Paulo Teixeira
- Esportes – Ana Moser
- Meio Ambiente – Marina Silva
- Turismo – Daniela do Waguinho
- Povos Indígenas – Sônia Guajajara
- Transportes – Renan Filho
- Relações Institucionais – Alexandre Padilha
- Secretaria-Geral da Presidência – Márcio Macedo
- Ciência e Tecnologia – Luciana Santos
- Saúde – Nísia Trindade
- Cultura – Margareth Menezes
- Igualdade Racial – Anielle Franco
- Mulheres – Cida Gonçalves
- Direitos Humanos – Sílvio Almeida
- Portos e Aeroportos – Márcio França
- Advocacia-Geral da União – Jorge Messias
- Controladoria-Geral da União – Vinicius Carvalho
A equipe econômica ao redor de Haddad
No Ministério da Fazenda, Fernando Haddad terá como secretário-executivo o economista Gabriel Galípolo, ex-CEO do Banco Fator e também com passagens pela academia.
- Você já tem sua conta de investimentos da EQI? Clique aqui e abra agora mesmo.
O economista Guilherme Mello será o secretário de Políticas Econômicas. Professor da Unicamp, Mello já trabalhou na Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, foi conselheiro do partido no período eleitoral e participou do grupo de economia da transição.
O economista e auditor fiscal Rogério Ceron será o secretário do Tesouro Nacional; Robinson Barreirinhas, o secretário da Receita Federal. Para a Secretaria de Reformas Econômicas foi anunciado o nome de Marcos Barbosa Pinto, enquanto Bernard Appy será o secretário especial para reforma tributária e Anelize Lenzi, a procuradora-geral da Fazenda Nacional.
Nos bancos estatais foram nomeadas duas mulheres, funcionárias de carreira das respectivas instituições: Rita Serrano será a presidente da Caixa Econômica Federal e Tarciana Medeiros foi escolhida como presidente do Banco do Brasil (BBAS3). O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) terá a presidência do veterano economista petista Aloizio Mercadante.
Para a Petrobras (PETR3; PETR4) foi indicado o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que já deu entrevistas falando sobre a possibilidade de modificar a política de preços da companhia, hoje alinhada ao mercado internacional. Outra possível mudança é na política de distribuição de dividendos – hoje, a Petrobras está entre as empresas que mais distribuem lucros aos acionistas no mundo.
- Conheça o Mercado Livre de Energia EQI e economize 20% na conta de luz de sua empresa.
Posse de Lula: como ficam os investimentos?
No curto prazo, não deve haver grandes alterações no cenário macroeconômico. O Brasil hoje vive um ciclo de alta na Selic, a taxa básica de juros, que não deve ser revertido antes dos meses finais do primeiro semestre, já que uma redução imediata não está nos planos do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Primeiro, porque uma queda nos juros pode resultar em fuga de investimentos externos diante dos juros em elevação em mercados considerados mais estáveis, como os Estados Unidos e a União Europeia.
Segundo porque o Banco Central não teve alterações na sua gestão, já que a instituição tem independência e seu presidente, Roberto Campos Neto, tem mandato até o fim de 2024. Ele próprio já disse que eventuais desajustes fiscais podem obrigar ao atraso na queda da Selic e até mesmo a novos aumentos.
“Com o novo governo, esperamos no longo prazo maiores gastos, mais inflação e juros estruturais mais elevados. Por outro lado, o Brasil está melhor que outros países no que diz respeito ao crescimento e à inflação”, avalia Denys Wiese, head de renda fixa da EQI Investimentos.
Para ele, alguns aspectos podem funcionar como um “freio” aos gastos excessivos: a composição de um Congresso de maioria de direita, a autonomia do Banco Central e uma imagem externa mais favorável do Brasil – dado que Lula é mais bem aceito na questão ambiental que seu antecessor Bolsonaro.
No começo, renda fixa. E depois?
Os juros altos estimulam os investimentos em renda fixa, especialmente aqueles com rentabilidade atrelada à Selic, que não deve ser reduzida tão cedo. Para investimentos na renda variável, a EQI segue com recomendação conservadora.
“O mercado de renda variável deve começar a andar quando os juros longos começarem a cair”, aponta Denys Wiese.
Luís Moran, head da EQI Research,acredita que o mercado de renda variável deve antecipar a queda dos juros. “Se ficar claro que há condições para que os juros comecem a cair, com inflação em queda e tendendo à meta, as ações vão reagir”, afirma o analista.
Por enquanto, dadas as incertezas do ambiente, o foco deve ser na seleção de ações de empresas com capacidade de geração de caixa resilientes e possibilidade de repassar aumentos de custos.
Se as expectativas se confirmarem, as empresas expostas ao mercado doméstico estarão em posição relativamente melhor, com crescimento da economia, juros em queda e expansão do crédito. Neste ambiente, os casos relacionados ao consumo, como o varejo, devem se beneficiar. Ao mesmo tempo, produtoras de commodities devem continuar enfrentando um ambiente externo mais difícil.
Algumas empresas estatais controladas por governos estaduais podem ser beneficiadas por movimentos de privatização, o que não deve acontecer com as grandes estatais federais.
“A seleção dos casos é fundamental. Os riscos relacionados com casos de investimentos que dependem principalmente de uma ação governamental são normalmente muito elevados. Por exemplo, investir no setor educacional porque na última gestão petista as empresas foram beneficiadas por crédito farto pode ser perigoso, pois as condições são diferentes”, afirma Moran.
Quer investir com assertividade e estar pronto para as melhores decisões após a posse de Lula? Preencha este formulário e um assessor da EQI Investimentos vai entrar em contato para tirar suas dúvidas. Aproveite e abra agora mesmo sua conta de investimentos na EQI.
Quer investir como um profissional? A EQI Research oferece ferramentas GRATUITAS para te guiar:
- Planilha de Fundos Imobiliários: Tenha em mãos a planilha mais completa do mercado para para gerir seus FIIs – CLIQUE AQUI PARA BAIXAR
- Checklist de Fundos Imobiliários: Selecione os melhores FIIs para sua estratégia de dividendos – CLIQUE AQUI PARA BAIXAR
- Top 3 Small Caps: Descubra imediatamente 3 ativos brasileiros com alto potencial de crescimento para você investir hoje – CLIQUE AQUI PARA BAIXAR
- Calculadora Imóveis x Fundos Imobiliários: Compare e encontre a opção mais rentável para você – CLIQUE AQUI PARA BAIXAR
- Planilha de Ativos: Analise e acompanhe seus investimentos em Ações de forma eficaz – CLIQUE AQUI PARA BAIXAR
- Agenda de Dividendos: Organize-se para um ano inteiro de renda passiva – CLIQUE AQUI PARA BAIXAR