O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a reclamar do Banco Central e de seu presidente, Roberto Campos Neto, após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) que manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Lula criticou Campos Neto durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio.
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Lula disse que a taxa de juros definida pelo BC “não tem explicação para nenhum ser humano do planeta Terra” e disse que o Senado deve “cuidar” do dirigente do BC. “Quem tem que cuidar do Campos Neto é o Senado, que o indicou. Ele não foi eleito pelo povo, não foi indicado pelo presidente”, afirmou.
A crítica do presidente foi um ataque à lei de autonomia do Banco Central, que estabeleceu um mandato de quatro anos a Campos Neto, até dezembro de 2024. Para que deixe o cargo antes, só se ele próprio pedir demissão ou se o Senado aprovar seu afastamento a partir de um pedido do CMN (Conselho Monetário Nacional), do qual fazem parte os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio presidente do BC.
Fontes ligadas ao governo, contudo, veem acham pouco provável que, a despeito das reclamações de Lula, o governo tente comprar briga de fato para demitir Campos Neto, uma vez que as prioridades no Congresso são o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.
O governo ainda nem sequer formalizou a indicação dos dois primeiros diretores do Banco Central que tem direito a trocar desde 1º de março. Os nomes de Rodolfo Fróes, para a Diretoria de Política Monetária, e Rodrigo Monteiro, para a Diretoria de Fiscalização ainda precisam ser aprovados pelo Senado.
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Lula criticou Campos Neto: “Não está fazendo”
O presidente Lula relembrou seus dois primeiros mandatos, quando o economista Henrique Meirelles ocupou o cargo durante os oito anos.
“Quando eu tinha o Meirelles, que era indicado meu, eu conversava. Mas agora, se esse cidadão quiser, ele nem precisa conversar comigo. Só tem que cumprir a lei que determinou a autonomia do Banco Central: cuidar da política monetária, mas também do emprego, da inflação e da renda. Todo mundo sabe que ele não está fazendo isso, se ele estivesse fazendo eu não estaria reclamando”, disse.
Essa falta também abre margem para uma possível tentativa de exonerar Campos Neto, já que uma das causas possíveis que o CMN pode alegar é que o presidente do BC apresenta “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos”, como o controle da inflação.
O presidente alegou ainda, quando perguntado sobre a decisão do Copom, que “a História julgará cada um de nós” e “que eles paguem o preço pelo que estão fazendo”.
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