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Jornada de trabalho 6 x 1: como funciona o modelo de quatro dias úteis no exterior?

Jornada de trabalho 6 x 1: como funciona o modelo de quatro dias úteis no exterior?

Em várias partes do mundo, a redução da jornada de trabalho 6 x 1 vem ganhando força, apoiada por iniciativas conjuntas entre empresas e governos que mostram ganhos de produtividade e qualidade de vida.

Alguns estudos demonstram que o uso de tecnologias, como a automação e a análise de dados, pode aumentar a produtividade no ambiente de trabalho. De acordo com um levantamento do McKinsey Global Institute, a automação de tarefas repetitivas permite que as empresas melhorem a eficiência operacional. Esse avanço tecnológico abre caminho para jornadas de trabalho mais curtas, adaptáveis ​​ao setor e à função, sem prejuízos os resultados.

Países que fazem parte da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, como França e Itália, que também mantêm algumas das jornadas mais curtas do mundo, com médias semanais abaixo de 37 horas. Segundo especialistas, a tendência de reduzir horas é observada, em geral, nos países mais ricos, onde o aumento da renda permite um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

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Atualmente, nos Estados Unidos e no Japão, a jornada de trabalho é de oito horas diárias, sendo 40 horas semanais; na China, também são oito horas diárias e de 40 horas semanais, mas há um limite de 36 horas extras a cada mês.

Já no Reino Unido, a carga diária é de oito horas por dia, sendo 48 horas por semana. Na França, a jornada é menor: sete horas por dia, sendo 35 horas semanais, mas pode ser ampliada para até 10 horas diárias, desde que no cômputo geral de uma semana, não ultrapasse 48 horas.

Na Alemanha, são oito horas por dia e 48 horas semanais. Porém, há permissão para que a jornada diária chegue a 10 horas, desde que a média de um período de seis meses não ultrapasse oito horas diárias.

Em países do Brics, como a Índia, a carga horária é de nove horas diárias e 48 semanais. Mas há flexibilidade que viram de acordo com cada estado.

Jornada de trabalho 6 x 1: Grécia reintroduziu modelo anterior

No entanto, enquanto o modelo de trabalho reduzido avança em parte da Europa, outras nações seguem na direção oposta. Neste ano, a Grécia reintroduziu a semana de seis dias de trabalho. A China, segunda maior economia mundial, também é conhecida por suas longas jornadas, com uma média semanal de 48,8 horas.

A prática do “996” — jornada das 9h às 21h, seis dias por semana — continua comum, apesar de uma recente pressão do tribunal superior chinês, que notificou empresas contra a implementação do regime. Nos últimos anos, protestos entre jovens chineses refletem um crescente descontentamento com as longas jornadas.

A resistência à redução da jornada também se reflete em algumas empresas globais. A Samsung, por exemplo, anunciou que seus executivos deverão trabalhar seis dias por semana, com a possibilidade de folga apenas no sábado ou domingo. A decisão da gigante sul-coreana contrasta com o movimento global de empresas e governos que visam melhorar o bem-estar e a produtividade através da redução da carga horária semanal.

Jornada de Trabalho 6×1: Conheça a Proposta

No Brasil, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa encerrar a prática da atual jornada de trabalho 6×1 — em que os trabalhadores têm apenas um dia de folga após seis dias consecutivos de trabalho — tem ganhado visibilidade na Câmara dos Deputados e gerado debates nas redes sociais.

A proposta, defendida pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), propõe uma jornada semanal de até 36 horas, sem ultrapassar o limite diário de oito horas, permitindo assim um modelo de quatro dias de trabalho.

O principal objetivo da proposta é eliminar a escala 6×1, oferecendo uma rotina que priorize o bem-estar do trabalhador. Embora o projeto ainda não tenha sido oficialmente protocolado na Câmara dos Deputados, a iniciativa da deputada do PSOL mantém o tema em alta, com discussões sobre os impactos dessa alteração para empresas e empregados de diversos setores.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) se posicionou sobre o assunto, destacando a necessidade de um diálogo amplo entre todos os setores envolvidos, já que há segmentos da economia que operam de forma contínua e, portanto, demandam atenção diferenciada. Em comunicado oficial, o MTE afirmou que “a redução da jornada de 44 horas semanais é plenamente possível e saudável, desde que decidida coletivamente, por meio de convenções e acordos entre empresas e empregados”.

O caminho para que a PEC avance na Câmara é longo e envolve diversas etapas. Após reunir os apoios necessários e protocolar a proposta, a PEC passará pela análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para verificar sua admissibilidade. Se aprovada, será encaminhada a uma comissão especial, que terá a missão de avaliar o mérito da proposta e sugerir possíveis alterações.

Após o parecer da comissão especial, a proposta seguirá para votação no plenário da Câmara, onde precisará do apoio de pelo menos 308 deputados, em dois turnos de votação. Em seguida, o texto será encaminhado ao Senado, onde precisará de aprovação de pelo menos 49 senadores.

Com a aprovação final em ambas as casas, a PEC pode ser promulgada, passando a fazer parte da Constituição.

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