O governo japonês confirmou nesta semana um amplo pacote de estímulos, equivalente a 21,3 trilhões de ienes, cerca de US$ 135 bilhões, voltado a apoiar famílias pressionadas pelo custo de vida. A iniciativa marca o primeiro grande movimento fiscal da nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, que assumiu com discurso de expansão do gasto público.
As autoridades japonesas justificam o pacote como essencial para conter o impacto do aumento de preços e para reforçar a confiança de consumidores e empresas. A palavra de ordem no gabinete é proteção a quem mais sente a inflação, além de um impulso adicional para setores que podem liderar o crescimento nos próximos anos.
Medidas incluem repasses, subsídios e mudanças tributárias
Entre as ações confirmadas estão subsídios para contas de energia e um repasse de 20 mil ienes por criança, destinado a famílias com maior dificuldade financeira. O governo também anunciou que vai elevar o limite de isenção do imposto de renda, medida que deve ampliar a renda disponível de milhões de trabalhadores.
Outra frente importante é a extinção da taxa provisória sobre a gasolina. Com isso, Tóquio espera aliviar os custos de transporte e reduzir parte da pressão inflacionária que afeta tanto consumidores como empresas de logística e distribuição.
Incentivos a setores estratégicos e desafios fiscais
O pacote ainda reserva recursos para estimular investimentos em áreas consideradas cruciais para o futuro da economia japonesa. Entre elas aparecem semicondutores e inteligência artificial, setores que o governo vê como pilares para manter o país competitivo e preparado para disputas tecnológicas globais.
Apesar da postura expansionista, o plano reacende preocupações sobre a saúde das contas públicas. A dívida do Japão já supera duas vezes o Produto Interno Bruto. A aprovação do pacote de estímulos do Japão também coincidiu com nova alta nos rendimentos dos títulos de dez anos, reflexo da incerteza dos investidores quanto ao equilíbrio fiscal.
Takaichi afirma que o país precisa investir mais para proteger sua população e preparar a economia para a próxima década. Ainda assim, especialistas cobram clareza sobre como o governo pretende combinar crescimento, gasto adicional e responsabilidade nas finanças.
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