O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira (11) sua intenção de ampliar a faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para até R$ 5 mil, destacando que a medida deve ser equilibrada pela taxação dos mais ricos.
Em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza, Lula argumentou que a proposta é uma questão de justiça social, enfatizando que “salário não é renda” e que aqueles que vivem de especulação financeira devem ser os principais alvos da tributação.
“O que nós queremos é isentar aquelas pessoas até 5 mil reais e no futuro isentar mais, porque na minha cabeça a ideia é que salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar imposto de renda”, afirmou o presidente.
Ele também ressaltou que é injusto trabalhadores pagarem imposto enquanto quem recebe dividendos ou heranças fica isento: “Não pode quem ganha R$ 5 mil pagar imposto e quem recebe dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4) não pagar nada. Não pode quem recebe herança não pagar imposto.“
Lula defendeu que esse debate deve ser público e transparente, para que a população saiba “quem paga o quê nesse país”, reforçando a necessidade de uma reforma tributária que equilibre as contribuições de diferentes setores da sociedade.
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Haddad: reforma do IR será ‘neutra’ fiscalmente
Ontem (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou a proposta de reforma do IR, afirmando que a mudança será “neutra” do ponto de vista arrecadatório, ou seja, não trará perda nem aumento de receita para o governo.
A declaração foi feita em resposta às preocupações do mercado com as compensações necessárias para viabilizar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula.
“A reforma do IR tem que ser neutra do ponto de vista arrecadatório, não pode ter perda de arrecadação, nem ganho de arrecadação”, explicou Haddad, ressaltando que o governo ainda não tem uma proposta fechada e está analisando quatro cenários, um deles prevendo a tributação mínima para milionários.
Segundo o ministro, o governo não tem pressa em enviar o texto ao Congresso, pois o presidente Lula deseja que certos critérios sejam contemplados.
Haddad também minimizou a reação negativa do mercado nos últimos dias, afirmando que, uma vez que a proposta seja compreendida, o mercado “vai reagir corretamente” aos seus impactos.
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