Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
IPP: inflação ao produtor recua

IPP: inflação ao produtor recua

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), inflação ao produtor, que mede a variação de preços “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, caiu 0,12% em fevereiro de 2025, segundo dados divulgados pelo IBGE. A variação negativa põe fim a uma sequência de 12 meses seguidos de aumento nos preços da indústria nacional. Ainda assim, o índice acumula alta de 9,41% em 12 meses e 0,03% no acumulado do ano.

“Em fevereiro de 2025, os preços da indústria variaram -0,12% frente a janeiro de 2025, após 12 resultados positivos seguidos. Nessa comparação, 12 das 24 atividades industriais tiveram diminuição de preços”, informou o IBGE.

Câmbio influencia movimento de retração

A valorização do real frente ao dólar foi um fator decisivo para a retração do IPP. “Assim como nos últimos meses, o resultado do IPP em fevereiro foi impactado pela variação cambial. Na comparação entre janeiro e fevereiro, observamos queda de 4,3% do dólar em relação ao real, a maior depreciação do dólar desde a passagem de fevereiro para março de 2022”, destaca Murilo Alvim, gerente do IPP.

Ele acrescenta que essa variação cambial teve papel importante também na trajetória do índice nos últimos meses: “Se olharmos no acumulado em 12 meses, o dólar em fevereiro de 2025 ainda estava 16,1% acima do patamar de fevereiro de 2024, o que também é uma das explicações para a alta acumulada nesse período”.

Publicidade
Publicidade

Alimentos voltam a cair e puxam o índice para baixo

Entre os setores que mais contribuíram para o recuo do índice em fevereiro está o de alimentos, com variação de -0,84%. Esse foi o segundo mês consecutivo de queda nos preços desse grupo. “É a segunda queda consecutiva de preços em alimentos, que acontece após uma sequência de nove altas consecutivas”, explicou Murilo.

Os destaques foram os menores preços de carnes bovinas, arroz e derivados da soja. “Como esses produtos são exportáveis, a variação cambial também ajuda a explicar esses resultados”, disse.

Mesmo com a queda mensal, o setor de alimentos ainda apresenta forte alta no acumulado de 12 meses: 13,96%, o maior registrado desde julho de 2022 (19,55%). Foi também o setor que mais influenciou a variação acumulada anual, com 3,39 pontos percentuais (p.p.).

Indústrias extrativas lideram queda entre os setores

Outro destaque do mês foi a queda expressiva nas indústrias extrativas, com variação de -3,39%. “A razão para esse resultado passa pelos menores preços dos óleos brutos de petróleo, acompanhando a cotação internacional do petróleo”, afirmou Murilo Alvim.

Ele explica ainda que, por ser um produto cotado em dólar, a valorização do real amplificou a queda. No acumulado do ano, esse setor registra retração de -4,82%, e -6,18% na comparação com fevereiro de 2024.

Refino e químicos sobem, mas não seguram índice

Enquanto a maioria das atividades registrou queda, setores como refino de petróleo e biocombustíveis e outros produtos químicos apresentaram altas. O refino, por exemplo, teve variação de 2,37% em fevereiro, o quarto mês consecutivo de aumento. O resultado de fevereiro, o maior dessa série, fez com que o acumulado no ano atingisse 3,89%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 9,76%, segundo o IBGE.

Já o setor químico registrou a maior alta mensal, com 2,41%, acumulando variação de 16,57% em 12 meses. “Com esse resultado, o setor acumulou uma alta de 4,16% no ano e, na comparação com fevereiro de 2024, o setor acumulou uma alta de 16,57%, a maior desde agosto de 2022 (25,72%)”.

Categorias econômicas: bens de capital em destaque negativo

Na análise por grandes categorias econômicas, os bens de capital registraram a maior queda, de -0,76%. Bens intermediários recuaram -0,09%, e bens de consumo tiveram leve baixa de -0,04%. A principal influência veio de bens de capital, cujo peso na composição do índice geral foi de 7,56% e respondeu por -0,06 p.p. da variação de -0,12% nas indústrias extrativas e de transformação.

IPP continua sendo termômetro da inflação industrial

O IPP, inflação ao produtor, é um dos principais indicadores de inflação do setor produtivo. Ele acompanha mensalmente a evolução dos preços de cerca de 6 mil produtos industriais, em mais de 2.100 empresas em todo o país. Os dados ajudam a identificar tendências de curto prazo na economia e são referência para políticas públicas e decisões empresariais.

A próxima divulgação do IPP, com os dados de março, está prevista para o dia 8 de maio.

Você leu sobre IPP e Inflação ao Produtor. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!