O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, subiu 0,38% em julho, ante alta de 0,21% em junho. A expectativa do mercado era por leitura de 0,35%.
Na comparação ano a ano, a inflação teve alta de 4,50%, ante 4,23% de junho, e expectativa de alta de 4,47%. Vale lembrar, a meta da inflação no Brasil para este ano é de 3%.
IPCA de julho: gasolina e passagens aéreas puxam índice para cima
A elevação do índice, publicado nesta sexta-feira (9) pelo IBGE, foi puxada pelos preços da gasolina, que subiu 3,15%, e também pelas passagens aéreas, que subiram 19,39%. Outra contribuição para a alta do IPCA veio das tarifas de energia elétrica residencial (1,93%).
André Almeida, gerente da pesquisa, observa que “em julho temos férias escolares, o que concorreu para o aumento das passagens aéreas. Além disso, neste mês passou a vigorar a bandeira tarifária amarela para a energia elétrica residencial, que acrescenta R$1,885 a cada 100kwh, ocasionando elevação de preços”.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%, acima dos 4,23% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Alimentação está em queda
Em julho, houve alta de preços em sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA. A maior variação (1,82%) e também o maior impacto (0,37 p.p) sobre o IPCA de julho veio do grupo dos Transportes, com Habitação a seguir (0,77% e 0,12 p.p.).
Por outro lado, os preços do grupo Alimentação e Bebidas recuaram 1,00% e foram responsáveis pelo impacto negativo mais intenso sobre o IPCA de julho (-0,22 p.p.). Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio caiu 1,51% em julho.
O aumento da oferta de diversos produtos agrícolas contribuiu para a redução dos preços”. As principais quedas foram do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%).
Salvador e Aracaju tem menor variação no IPCA de julho
Entre as 16 localidades onde o IBGE coleta preços para o cálculo do IPCA, as maiores altas de preços foram em São Luís e Rio Branco (0,53%, ambas), sob influência das altas da gasolina (5,78% e 2,43%, respectivamente). Por outro lado, os recuos na Alimentação no Domicílio, principalmente no tomate, fizeram com que as regiões metropolitanas de Salvador e Aracaju tivessem as menores variações (0,18%, ambas).
INPC fica praticamente estável
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que leva em conta a cesta de produtos apenas das famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, foi a 0,26% em julho, ficando 0,01 p.p. acima do resultado de junho (0,25%). No ano, o INPC acumula alta de 2,95% e, nos últimos 12 meses, de 4,06%.
Os produtos alimentícios caíram 0,95% em julho, depois de subirem 0,44% em junho. Já os produtos não alimentícios aceleraram de 0,19% em junho para 0,65% em julho.
O que é o IPCA?
O IPCA, indicador oficial de inflação do país, abrange na pesquisa as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.
Participam da pesquisa residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
O próximo resultado do IPCA, referente a agosto, será divulgado em 10 de setembro.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o resultado do IPCA aponta uma deterioração dos números, em relação ao IPCA-15, prévia da inflação oficial.
“A reaceleração não é nada muito preocupante, mas veio com uma composição pior qualitativamente”, aponta.
Ouça o áudio na íntegra:
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