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IPCA-15 de setembro sobe 0,48%

IPCA-15 de setembro sobe 0,48%

O IPCA-15 de setembro subiu 0,48%, segundo dados divulgados pelo IBGE. O resultado interrompeu a deflação de 0,14% observada em agosto e ficou próximo da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,51%. No acumulado de 12 meses, a inflação medida pelo índice avançou para 5,32% próximo ao consenso de 5,36%, contra 4,95% registrados no mês anterior.

O indicador, considerado uma prévia da inflação oficial, foi impactado principalmente pelo grupo Habitação, que teve alta expressiva. Em comparação com setembro de 2024, quando a taxa foi de 0,13%, o resultado atual mostra uma pressão mais significativa sobre os preços, refletindo reajustes em tarifas e energia.

Energia elétrica puxa alta no grupo Habitação

O destaque do IPCA-15 de setembro veio do grupo Habitação, que registrou avanço de 3,31% e foi responsável pelo maior impacto positivo no índice (0,50 ponto percentual). A energia elétrica residencial subiu 12,17% após o fim do crédito do Bônus de Itaipu concedido em agosto e a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescentou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

Além disso, reajustes tarifários em algumas capitais ampliaram a pressão no setor. Belém, por exemplo, registrou alta de 11,38% na conta de luz após aumento de 4,25% autorizado em agosto. Taxas de água e esgoto, além do gás encanado em Curitiba, também contribuíram para o avanço no grupo.

Alimentação mantém queda pelo quarto mês seguido

Enquanto a energia elétrica pesou no orçamento das famílias, a alimentação trouxe algum alívio. O grupo Alimentação e bebidas caiu 0,35%, marcando a quarta retração consecutiva. No domicílio, produtos como tomate (-17,49%), cebola (-8,65%) e arroz (-2,91%) puxaram a queda. Já o café moído também ficou mais barato, com recuo de 1,81%.

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Em contrapartida, as frutas subiram 1,03%, e a alimentação fora de casa teve alta de 0,36%, ainda que em ritmo mais moderado do que em agosto. A desaceleração foi observada tanto em lanches (0,70%) quanto em refeições (0,20%).

Transportes recuam e vestuário avança

Outro setor que ajudou a conter o índice foi Transportes, que registrou queda de 0,25%. Os principais fatores foram a redução no seguro voluntário de veículos (-5,95%) e nas passagens aéreas (-2,61%). Nos combustíveis, houve recuo da gasolina (-0,13%) e do gás veicular (-1,55%), mas aumentos em diesel (0,38%) e etanol (0,15%).

Já o grupo Vestuário apresentou alta de 0,97%, influenciado por aumentos em roupas femininas (1,19%) e calçados e acessórios (1,02%). O setor de Saúde e cuidados pessoais também avançou (0,36%), puxado pelos planos de saúde.

Diferenças regionais e impacto acumulado

Todas as 11 regiões pesquisadas registraram alta em setembro. Recife liderou com variação de 0,80%, pressionada pela energia elétrica e pela gasolina, enquanto Goiânia apresentou o menor índice (0,10%), favorecida pela queda nos preços do tomate e da gasolina.

No acumulado do ano, o IPCA-15 de setembro soma 3,76%, e em 12 meses atinge 5,32%. Esses resultados mostram um cenário de inflação mais pressionada em setembro, com influência direta de custos de energia e reajustes de tarifas, ao mesmo tempo em que alguns grupos, como alimentação, ainda ajudam a suavizar o índice geral.

Tá, e aí?Thalita Silva

Para Thalita Silva, economista da EQI Asset, o IPCA-15 de setembro surpreendeu positivamente, vindo abaixo tanto do consenso quanto das projeções internas da casa. Segundo ela, os principais fatores de alívio foram o seguro de veículos, as passagens aéreas e a alimentação no domicílio, que segue em trajetória de deflação. “Esses itens contribuíram para reduzir o número cheio e puxaram o resultado para baixo”, explicou.

A economista também destacou que medidas mais sensíveis à política monetária mostraram melhora. “Os núcleos e os serviços subjacentes apresentaram comportamento mais benigno, o que reforça a leitura favorável do dado”, avaliou. No entanto, ela pondera que parte desse movimento pode não se sustentar. “O seguro de automóveis entra tanto em serviços subjacentes quanto nos núcleos, o que gera alguma contaminação. A tendência é que haja reversão dessa queda nos próximos meses”, apontou.

Ainda assim, Silva considera que o resultado é positivo e reforça o ambiente de apoio à condução da política monetária. “É uma ajuda adicional para o Banco Central seguir com o ciclo de cortes. Mesmo assim, a nossa avaliação é de que os cortes relevantes devem ocorrer apenas em 2026, no início do ano”, concluiu.

Ouça na íntegra:

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