O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, subiu 1,23% em fevereiro de 2025, abaixo da expectativa do mercado, que projetava alta de 1,37%. No acumulado de 12 meses, o indicador registrou alta de 4,96%, também inferior à projeção de 5,11%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de fevereiro foi 1,12 ponto percentual (p.p.) superior à de janeiro (0,11%), sendo impulsionada principalmente pelos grupos Habitação (4,34%, impacto de 0,63 p.p.) e Educação (4,78%, impacto de 0,29 p.p.). Essa foi a maior alta do IPCA-15 desde abril de 2022 (1,73%) e a maior variação para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%).

IPCA-15 de fevereiro: influências setoriais
Dentre os nove grupos pesquisados, apenas Vestuário (-0,08%) e Comunicação (-0,06%) apresentaram queda. Os demais tiveram alta, com destaque para:
- Habitação (4,34%): impulsionado pela alta de 16,33% na energia elétrica residencial, que adicionou 0,54 p.p. ao índice geral. A taxa de água e esgoto subiu 0,52% devido a reajustes tarifários em Belo Horizonte e Porto Alegre.
- Educação (4,78%): reflexo dos reajustes escolares de início de ano letivo. O ensino fundamental subiu 7,50%, o ensino médio 7,26% e o ensino superior 4,08%.
- Alimentação e Bebidas (0,61%): desaceleração da alimentação no domicílio (0,63%), com altas expressivas para cenoura (17,62%) e café moído (11,63%). Em contrapartida, houve quedas na batata-inglesa (-8,17%), arroz (-1,49%) e frutas (-1,18%).
- Transportes (0,44%): combustíveis aumentaram 1,88%, com elevação nos preços do etanol (3,22%), óleo diesel (2,42%) e gasolina (1,71%). Passagens aéreas tiveram expressiva queda de 20,42%.
Recife tem maios alta regional
A maior variação regional foi registrada em Recife (1,49%), impulsionada pela alta da energia elétrica (14,78%) e da gasolina (3,74%). Goiânia apresentou o menor índice (0,99%), impactada pela queda nas passagens aéreas (-26,67%) e no arroz (-2,67%).
O que é o IPCA-15?
O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação. Enquanto o IPCA é calculado com dados do 1 ao dia 30 de cada mês, o IPCA-15 é contado do dia 16 de um mês ao dia 15 do outro mês. Desse modo, ele mostra a tendência do resultado do final do mês.
O próximo IPCA-15, referente a março, será publicado em 27 do próximo mês.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o resultado do IPCA-15 veio melhor do que o esperado, com abertura pouco melhor em comparação a janeiro, mas ainda preocupante do ponto de vista da política econômica. “O cenário segue desafiador, com resistência dos núcleos e serviços desacelerarem”, afirma.
Ele aponta que houve uma reversão por conta do bônus de Itaipu, que gerou um efeito contábil em janeiro. E que o setor de educação teve uma alta esperada para todo mês de fevereiro. Destaca ainda a queda acentuada em passagens aéreas e uma desaceleração nos alimentos. “Porém, quando a gente limpa os ruídos e olha os núcleos, o que a gente vê é uma inflação rodando próximo de 0,60%, o que indica uma dificuldade grande em desacelerar”, complementa.
Ouça o áudio na íntegra:
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