O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel” por reajustar os contratos de locação, apresentou uma variação de 0,61% em julho, desacelerando em relação ao mês anterior, quando a taxa foi de 0,81%. No entanto, a expectativa era por leitura de 0,47%.
Com o resultado, o IGP-M acumula uma alta de 1,71% no ano e de 3,82% nos últimos 12 meses. Comparativamente, em julho de 2023, o IGP-M registrou uma taxa de -0,72% no mês e uma queda acumulada de 7,72% em 12 meses.
A divulgação foi feita nesta terça-feira (30) pela FGV.
Segundo André Braz, coordenador da pesquisa, os três índices componentes do IGP-M (IPA, IPC e INCC) apresentaram desaceleração de junho para julho.
No índice ao produtor e ao consumidor, apesar da influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição. Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor. No âmbito do INCC, preços da construção, a alta da mão de obra foi menor, o que contribuiu para o arrefecimento da inflação neste segmento.


Subíndices do IGP-M
O IGP-M é formado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC), e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), na proporção de 60%, 30% e 10%, respectivamente.
O IPA variou 0,68%, desacelerando em relação a junho, quando registrou alta de 0,89%. O grupo de Bens Finais caiu 0,02% em julho, com notável desaceleração em relação a alta de 1,08% registrada no mês anterior. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de 3,00% para -4,43%, no mesmo intervalo.
O IPC registrou uma variação de 0,30%, recuando em relação à taxa de 0,46% observada em junho. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco exibiram desaceleração. O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,96% para -0,84%, com destaque para o subitem hortaliças e legumes, que passou de 5,36% para -8,78%.
Outros grupos também apresentaram recuos em suas taxas de variação, como Saúde e Cuidados Pessoais (0,68% para 0,19%), Vestuário (0,42% para -0,16%), Comunicação (0,07% para 0,04%) e Habitação (0,38% para 0,36%). Nestas classes de despesa, as maiores influências foram: artigos de higiene e cuidado pessoal (1,84% para -0,11%), roupas (0,41% para -0,42%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,01% para -0,45%) e taxa de água e esgoto residencial (1,88% para 0,28%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,23% para 2,00%), Transportes (0,28% para 0,64%) e Despesas Diversas (0,45% para 1,37%) exibiram avanços. Dentro dessas classes de despesa, destacam-se os itens passagem aérea (-1,44% para 12,06%), gasolina (0,54% para 1,60%) e serviços bancários (0,73% para 2,44%).
O INCC registrou uma alta de 0,69% em julho, inferior à taxa de 0,93% observada em junho. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações de junho para julho: o grupo Materiais e Equipamentos avançou de 0,48% para 0,58%; o grupo Serviços subiu de 0,29% para 0,65%; e o grupo Mão de Obra desacelerou de 1,61% para 0,85%.
O que é o IGP-M
O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.
O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços – Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.
O IGP-M é utilizado amplamente na fórmula paramétrica de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.