O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) sobe 0,21% em setembro, após avanço de 0,16% em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar do resultado positivo no mês, o índice ainda acumula queda de 1,06% em 2025. Nos últimos 12 meses, porém, registra alta de 2,88%.
Em comparação com setembro de 2024, quando o IGP-10 havia subido 0,18% e acumulava alta de 4,25% em 12 meses, nota-se uma desaceleração no ritmo da inflação medida pelo indicador. A variação foi influenciada principalmente pelo comportamento dos preços no atacado, que têm papel determinante nos custos repassados ao consumidor.
Segundo o economista André Braz, do FGV IBRE, a elevação das commodities agrícolas no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi decisiva para a aceleração do IGP-10. Já no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a retração em itens de alimentação, serviços e combustíveis contribuiu para aliviar a pressão inflacionária.
IPA-10 registra alta de 0,27% em setembro
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), que mede os preços no atacado, subiu 0,27% em setembro, após aumento de 0,06% em agosto. Esse movimento reflete especialmente a recuperação dos preços de bens finais, cuja variação passou de -0,83% em agosto para -0,10% neste mês.
No caso dos bens intermediários, houve recuo de 0,35%, menor do que a queda de 0,64% registrada em agosto. Já as matérias-primas brutas mostraram desaceleração, passando de alta de 1,16% para 0,95%. Esses resultados indicam que o atacado segue oscilando, mas com tendência de leve aceleração em alguns segmentos.
IPC cai 0,13% e alivia a pressão sobre o consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,13% em setembro, após ter avançado 0,18% em agosto. Cinco das oito classes de despesa apresentaram recuo: Saúde e Cuidados Pessoais, Habitação, Despesas Diversas, Educação e Recreação, além de Alimentação.
Entre os destaques, estão a queda nos preços de alimentos e serviços, como passagens aéreas e ingressos de cinema. Em contrapartida, grupos como Transportes, Vestuário e Comunicação tiveram leve alta, mas insuficiente para reverter o resultado negativo do IPC.
INCC desacelera e sobe 0,42% em setembro
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,42% em setembro, abaixo da variação de 0,82% de agosto. Todos os três componentes do índice desaceleraram: Materiais e Equipamentos passaram de 0,81% para 0,21%, Serviços recuaram de 0,95% para 0,28% e Mão de Obra de 0,81% para 0,71%.
Esse comportamento indica um arrefecimento dos custos do setor de construção, importante para o controle da inflação em segmentos de habitação e investimentos em infraestrutura.
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