O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última quarta-feira (6) que ainda aguarda a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para definir os últimos detalhes de uma proposta de corte nos gastos públicos.
Segundo Haddad, “dois detalhes” ainda precisam ser discutidos antes do anúncio oficial. “A questão é como é que o presidente vai decidir dialogar com as duas Casas [do Congresso]. Mas, da nossa parte, eu quero crer que no final da manhã nós vamos estar com essas questões decididas”, declarou o ministro.
Nas últimas semanas, a equipe econômica do governo tem trabalhado intensamente na elaboração do plano de cortes, em um esforço para manter o arcabouço fiscal — a regra que regula as contas públicas — em funcionamento.
Os investidores estão atentos ao que vai sair do anúncio dos cortes de gastos, o que tem gerado uma grande volatilidade no mercado.
A expectativa de investidores em torno do anúncio tem impactado o mercado financeiro, que aguarda com atenção os próximos passos do governo.
Já na manhã desta quinta-feira (7), Lula se reuniu com Haddad, Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão) para discutir os detalhes finais antes de a proposta ser levada ao Congresso.
O objetivo do encontro é garantir um alinhamento entre os ministérios e preparar a apresentação das medidas em linhas gerais aos parlamentares.
Haddad mencionou que reuniões anteriores foram realizadas com ministros das pastas de Desenvolvimento Social, Previdência, Saúde, Educação e Trabalho para ajustar os pontos pendentes.
“São duas questões que nós vamos levar para ele […] é uma arbitragem simples que tem que ser feita, de coisas que também compõem o quadro de medidas, e aí nós estaríamos liberados para proceder com o Congresso e com a imprensa“, explicou.
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De acordo com o ministro da Fazenda, o Congresso não deve solicitar ajustes na proposta antes de sua apresentação oficial aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Haddad afirmou que a consulta prévia é uma formalidade para que o Legislativo tome conhecimento da proposta antes de sua divulgação à imprensa.
“O Congresso não vai pedir ajuste antes do encaminhamento, até porque o Congresso tem as prerrogativas dele. É só uma questão protocolar, de não ficar sabendo pela imprensa. Então, poder ter uma visão privilegiada da coisa antes de uma coletiva, coisas desse tipo”, explicou.
Questionado se o plano atenderá às expectativas do mercado financeiro, Haddad garantiu que ele estará alinhado com as contas do Tesouro Nacional. “Vai estar em linha com o que nós entendemos que é necessário para que a trajetória das finanças públicas continue sendo ajustada”, concluiu o ministro.
A previsão é de que o anúncio possa ocorrer ainda esta semana, encerrando a série de reuniões e tratativas sobre o tema.
*com informações da Agência Brasil
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