O governo arrecada com bets e mostra números robustos: foram R$ 3,8 bilhões só no primeiro semestre de 2025. A marca inclui os R$ 764 milhões arrecadados em junho, mês em que entrou em vigor a nova Medida Provisória (MP) que amplia a taxação das apostas esportivas e jogos de azar no Brasil. Os dados foram divulgados pela Receita Federal.
A nova MP, proposta pela equipe econômica liderada por Fernando Haddad, tem como meta gerar R$ 31,4 bilhões em receita até o fim de 2026. A taxação sobre o GGR (Gross Gaming Revenue) – que é a diferença entre o valor apostado e os prêmios pagos – subiu de 12% para 18%.
MP impulsiona arrecadação, mas traz polêmica
A medida foi recebida com resistência por parte das empresas do setor. Segundo o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), o problema não está no mercado legalizado, mas na evasão fiscal do mercado ilegal, que representa mais da metade do setor e causa um prejuízo estimado em R$ 10 bilhões anuais. “Declarações que diminuem a importância do ambiente regulado criam insegurança jurídica”, alertou o IBJR em nota.
A Associação de Bets e Fantasy Sport (ABFS) também criticou publicamente o ministro da Fazenda. “É preocupante ver uma figura pública do governo usar empresas idôneas como bode expiatório para as dificuldades políticas e econômicas do país”, afirmou a entidade.
Além do GGR, setor paga vários tributos
O presidente da ABFS, Rafael Marcondes, em entrevista ao Poder360 em junho, destacou que as empresas de apostas legalizadas já enfrentam uma alta carga tributária. Além da nova taxa sobre o GGR, o setor também contribui com IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e ISS. Marcondes defende um debate mais equilibrado e técnico sobre a regulamentação do setor.
Apostas: entre receita e saúde pública
Apesar de o governo arrecadar com as bets, Fernando Haddad chamou o setor de “problema de saúde pública” e afirmou que as apostas “viraram uma praga”. Essa visão reforça a tensão entre governo e mercado regulado, ao mesmo tempo em que amplia o debate sobre os impactos sociais das bets.
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