O plenário do Senado aprovou na noite desta terça-feira (4) a indicação do economista Gabriel Galípolo para o cargo de diretor de política monetária do Banco Central, com mandato até fevereiro de 2027. A indicação para o nome de Gabriel Galípolo no BC havia sido aprovada pela manhã em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos.
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No plenário, Galípolo recebeu 39 votos a favor e 12 contra, além de uma abstenção. O advogado Ailton de Aquino Santos, servidor de carreira do Banco Central indicado para a diretoria de Fiscalização, teve 42 votos a favor, 10 contra e uma abstenção.
Em sua fala durante a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos, Galípolo diz que uma das prioridades é tornar a comunicação do Banco Central mais clara e transparente, especialmente nos comunicados e atas do Copom (Comitê de Política Monetária) a cada reunião que decide a Selic, taxa básica de juros.
.“A cada vez que sai a ata do Copom, na Faria Lima começa um campeonato mundial de interpretação de texto, sobre o que cada vírgula quer dizer”, brincou. Segundo ele, o BC já tem se preocupado em aumentar essa transparência.
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda durante o primeiro semestre, Galípolo afirmou que o trabalho da gestão econômica e monetária do país deve ser construído de forma coletiva. “Não cabe a nenhum economista, por mais excelência que tenha, impor o que ele entende ser o destino econômico do país à revelia da vontade democrática e dos seus representantes eleitos”, afirmou.
A prioridade, segundo o novo diretor de Política Monetária, deve ser a construção de um cenário de crescimento sustentável. “Se a gente seguir com premissas de um crescimento potencial de 1,5% ou 1,6% e uma taxa de juros neutra de 4,5%, por mais sofisticados que sejam os modelos dos economistas, a relação dívida/PIB não vai apresentar um bom comportamento. A única solução, como também disse Roberto Campos Neto (presidente do BC), é crescer, e para crescer é preciso seguir com a agenda econômica enfrentada agora”, completou o novo diretor,
Galípolo no BC: como funciona a instituição
Além do presidente, que tem mandato fixo de quatro anos, o BC tem oito diretores, todos também com mandatos de quatro anos, mas que são trocados dois por ano, justamente a fim de pulverizar a influência do governo sobre a instituição.
Os mandatos vencem sempre em 1º de janeiro, à exceção dos cargos do primeiro ano de governo, cujo vencimento foi em 28 de fevereiro. Assim, os novos diretores de Política Monetária e Fiscalização já poderiam ter sido indicados desde o começo de março, mas o governo preferiu buscar nomes ligados a seu campo político sem que houvesse o risco de rejeição pelo Senado.
O nome de Galípolo, por exemplo, foi referendado pelo próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, que desde o começo do ano vem sendo criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por agentes do governo pela decisão de manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano.
Os oito diretores, junto com o presidente, formam o Copom (Comitê de Política Monetária), responsável pela definição da Selic. A tendência é que Galípolo e Aquino já possam participar do próximo encontro, no começo de agosto, na qual a projeção do mercado é a redução em 0,25 p.p., para 13,5% ao ano.
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Gabriel Galípolo no BC: quem é o indicado
Gabriel Galípolo tem 41 anos e se formou em economia pela PUC-SP, pela qual obteve também seu mestrado. Ele tem passagens tanto pelo mercado financeiro, como CEO do Banco Fator, quanto pela academia, como pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de professor em outras instituições.
Desde a campanha presidencial, no ano passado, ele participou de reuniões com a equipe de economistas que assessorou Lula na formulação do plano de governo, e é visto como uma espécie de ponte entre o mercado financeiro e a visão mais heterodoxa e intervencionista do PT.
Essa visão foi reforçada durante sua passagem pela secretaria executiva do Ministério da Fazenda, ao longo do primeiro semestre, quando assessorou Haddad na formulação de políticas e programas como o Desenrola, criado para reduzir o endividamento dos brasileiros mais pobres.
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