O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse em audiência no Senado nesta terça-feira (22), que a instituição está “tateando” um possível ajuste na taxa Selic, para verificar se o ciclo de alta dos juros que tem sido adotado está em um patamar restritivo o suficiente no cenário da guerra tarifária dos Estados Unidos. Galípolo prestou contas em sua primeira participação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) após assumir o comando da autoridade monetária para o período 2025-2028.
Ele comentou que a última elevação da Selic, de 13,25% para 14,25%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sofreu impactos pela imposição de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“É perceptível, entre os agentes econômicos, uma dúvida para onde se deve procurar proteção no momento de aversão a risco. Esse é o cenário em que a gente está entrando, e por isso que a gente está vendo alguns cenários de arbitragem entre moedas de alguns países, ou o próprio preço do ouro, como tem se valorizado e batido recordes. Então, esse é um cenário de preocupação”, admitiu ele.
Gabriel Galípolo vê commodities impactadas
O presidente do BC disse ainda que as commodities são impactadas pelos preços internacionais. Além disso, de 60 a 70% da produção agrícola possui “alguma correlação elevada com a taxa de câmbio”.
Porém, apesar do cenário adverso, Galípolo aponta que o Brasil pode se destacar com a diversidade de sua produção agrícola e seu mercado doméstico relevante, o que pode tornar o país um porto-seguro para investimentos de proteção.
Como foi a última decisão do Copom
Como esperado pelo mercado, o Copom elevou os juros de 13,25% para 14,25% na reunião encerrada no dia 19 de março. O movimento já havia sido antecipado em comunicados anteriores do comitê, que sinalizava sucessivas altas.
No comunicado após a decisão desta quarta, o Copom já adiantou que prevê ajuste de menor magnitude na próxima reunião. “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, disse em comunicado.
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