O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para pior suas projeções sobre a dívida bruta pública do Brasil para 2024, destacando um cenário preocupante para os próximos anos.
De acordo com o apêndice estatístico do Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta-feira (23), o FMI estima que a dívida bruta do Brasil subirá de 84,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para 87,6% já neste ano. As previsões indicam que o endividamento continuará a crescer nos próximos anos, atingindo 92% do PIB em 2024 e alcançando 97,6% do PIB até 2029.
Essas projeções refletem uma avaliação crítica da trajetória fiscal brasileira. O relatório do FMI sugere que o novo arcabouço fiscal, implementado pelo governo em 2023, não será suficiente para estabilizar a dívida como proporção do PIB no médio prazo.
O Fundo aponta que, apesar de esforços para controlar o crescimento dos gastos e impulsionar a arrecadação, as medidas previstas no arcabouço não vão impedir o aumento contínuo da dívida pública nos próximos cinco anos.
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Fundo Monetário Internacional: Brasil volta a registrar superávit primário só em 2027
Além disso, o FMI projeta que o Brasil só voltará a registrar superávit primário — o saldo positivo entre receitas e despesas do governo, excluídos os gastos com juros da dívida — a partir de 2027. Até lá, o país continuará enfrentando déficits fiscais, o que agrava ainda mais o cenário de endividamento.
As novas estimativas do FMI reforçam a necessidade de ajustes fiscais mais profundos e sustentáveis. Apesar de a economia brasileira ter mostrado sinais de recuperação em alguns setores, como o crescimento do PIB — cuja projeção foi elevada de 2,1% para 3% em 2024, conforme anunciado pelo fundo na terça-feira (22) —, o relatório destaca que os desafios fiscais persistem. O aumento da dívida pública em ritmo acelerado pode comprometer a sustentabilidade financeira do país a longo prazo, limitando a capacidade do governo de investir em áreas estratégicas e de garantir a confiança dos investidores.
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