A União Europeia está pronta para agir com firmeza caso não consiga as tarifas de Trump, e as Big Techs podem pagar o pato. Esta semana, o bloco econômico europeu recebeu 20% impostos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. E entre os possíveis alvos de retaliação, estão as gigantes da tecnologia norte-americana, como Apple (AAPL; AAPL34), Google (GOOG; GOGL34), Amazon (AMZN; AMZO34), Meta (META; $M1TA34) e Microsoft (MSFT; MSFT34).
O alerta veio diretamente da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que declarou que “todos os instrumentos estão sobre a mesa” para uma resposta proporcional. “Temos muitas cartas na manga, do comércio à tecnologia e ao tamanho do nosso mercado”, afirmou Von der Leyen antes mesmo do anúncio oficial das tarifas, reforçando a disposição da Europa em adotar outras contramedidas firmes.
A nova rodada de tarifas de Trump surpreendeu os mercados globais pelo seu alcance. As medidas foram baseadas exclusivamente no déficit comercial de bens dos EUA com seus parceiros — sem considerar serviços — o que resultou em sanções pesadas para grandes exportadores, como Vietnã, Sri Lanka e o próprio bloco europeu. No caso da UE, o déficit de cerca de US$ 235,6 bilhões justificou, na visão de Washington, a aplicação de uma tarifa geral de 20%.
Europeus podem reagir com força às tarifas de Trump
Contudo, os europeus afirmam que a relação comercial entre as duas potências é bastante equilibrada quando se contabilizam bens, serviços e investimentos. E é justamente nos serviços — sobretudo os de tecnologia — que a UE pode reagir com mais força.
Segundo analistas como Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg, e Carsten Brzeski, do ING Research, a Europa pode recorrer ao Instrumento Anticoerção (ACI) para dificultar a atuação de empresas americanas no bloco. As medidas poderiam incluir restrições a lojas de aplicativos, serviços de nuvem, limites a contratos públicos, atrasos em licenças e até bloqueios a investimentos diretos.
A ameaça ocorre em meio ao endurecimento das regras europeias para o setor. O Digital Markets Act (DMA), por exemplo, já levou a Comissão Europeia a acusar a Alphabet (controladora do Google) de violações e a pressionar a Apple por mudanças em suas práticas comerciais.
Trump, por sua vez, já havia citado a regulação europeia sobre as Big Techs como uma “extorsão estrangeira”, justificando tarifas contra o bloco. Mas desta vez, Bruxelas sinaliza que pode responder na mesma moeda.
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