O governo dos Estados Unidos demonstrou interesse em firmar acordo com o Brasil para garantir o fornecimento de minerais estratégicos, com destaque para as terras raras — grupo de elementos fundamentais para a produção de tecnologias de ponta e transição energética. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, com base em relatos do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann.
O pedido partiu de Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília e atual principal representante dos EUA no Brasil, em razão da ausência de um embaixador no posto. A proposta foi apresentada durante uma reunião com representantes do setor mineral brasileiro, realizada na última quarta-feira (24).
Além das terras raras, o governo americano também está interessado em lítio e nióbio, considerados minerais críticos para cadeias industriais como a de baterias, veículos elétricos e sistemas de energia renovável. No entanto, segundo Jungmann, foi reforçado que qualquer negociação envolvendo esses recursos deve ser conduzida exclusivamente pelo governo federal, já que se tratam de bens da União.
Acordo com o Brasil: interesse dos EUA é levado a Alckmin
O caso foi levado ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que também responde pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele está à frente das negociações com Washington para tentar evitar a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Interlocutores do governo brasileiro ressaltaram ao jornal que, embora empresas privadas tenham concessões para exploração, a oferta de minerais estratégicos — especialmente as terras raras — não deve ocorrer sem contrapartidas, principalmente em meio ao atual momento de tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
