O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um pacote que implica no aumento de tarifas sobre uma série de importações chinesas. Entre os itens estão veículos elétricos, chips de computador e produtos médicos.
A medida pode gerar mais um impasse com entre os EUA e China no ano eleitoral norte-americano, em uma tentativa de Biden de cativar os eleitores que avaliam mal suas políticas econômicas.
Segundo a Casa Branca, o presidente manterá as tarifas impostas pelo antecessor e rival neste ano, o republicano Donald Trump, enquanto aumentará outras. A autoridade citou “riscos inaceitáveis” para a segurança econômica dos EUA, representados pelo que considera práticas chinesas injustas com mercadorias baratas no mercado global.
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EUA e China: qual o impacto da medida de Biden
As novas medidas terão um impacto de US$ 18 bilhões em bens importados da China, incluindo:
- aço e alumínio (de 7,5% para 25%);
- semicondutores (de 25% para 50%);
- baterias (de 7,5% para 25%);
- células solares (de 25% para 50%);
- guindastes (de 7,5% para 25%);
- veículos elétricos (de 25% para 100%).
Em 2023, os Estados Unidos importaram US$ 427 mil milhões em bens da China, enquanto exportaram US$ 148 mil milhões. A lacuna comercial que persiste há décadas se tornou um assunto cada vez mais sensível em Washington. Isso porque os EUA insistem que o gigante asiático utiliza a manobra a fim de “impulsionar seu próprio crescimento à custa de outros”, com “exportações subvalorizadas devido a práticas injustas”. A fala é da Diretora do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Lael Brainard.
A Casa Branca comunicou que o acordo comercial de Donald Trump com a China em 2020 não elevou as exportações norte-americanas ou impulsionou os empregos industriais do país.
Biden deixou claro que o principal alvo da medida são os carros elétricos chineses, sobretaxados em 100%.
“Estou determinado que o futuro dos veículos elétricos seja fabricado na América, por trabalhadores sindicalizados, ponto final”, disse. “Se a pandemia nos ensinou alguma coisa é que precisamos de ter um abastecimento seguro de bens essenciais aqui em casa.”
O presidente dos EUA citou a medida como uma maneira de proteger os mais de US$ 860 bilhões em incentivos para fabricação de veículos elétricos, energia limpa e semicondutores, que são previstos pela Lei de Redução da Inflação, da Lei Chips e da lei bipartidária de infraestrutura.
Em resposta, o Ministério do Comércio da China comunicou que o governo se opõe firmemente à medida tarifária dos EUA e que tomaria “medidas resolutas para defender os seus próprios interesses”. A autoridade chinesa atribui as medidas “a considerações políticas” norte-americanas.