No primeiro ano do novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as estatais federais registraram um lucro líquido total de R$ 197,9 bilhões. Esses dados fazem parte do Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais de 2023, elaborado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e antecipado pelo Valor Econômico.
O relatório considera as 44 empresas diretamente controladas pela União, compostas por 39 companhias públicas e cinco de economia mista.
Queda no lucro líquido empresas estatais
Em relação ao lucro líquido, o número representa uma queda de 28% em comparação a 2022. O faturamento total dessas companhias foi de R$ 1,25 trilhão, uma redução de 5,2% no período. O ministério atribui a diminuição do lucro principalmente à queda no preço do petróleo no mercado internacional, já que isso representa a maior parte do resultado, cerca de R$ 125 bilhões.
O levantamento também indica que o Valor Adicionado Bruto, uma medida da “riqueza gerada” por essas empresas, foi de R$ 627,1 bilhões. Esse montante equivale a 5,75% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, incluindo, por exemplo, pagamentos de impostos, remuneração dos trabalhadores e distribuição de recursos aos acionistas.
Impacto primário negativo
No ano passado, as estatais não dependentes do Tesouro geraram um impacto primário negativo de R$ 181 milhões para a União, um déficit menor do que o inicialmente previsto, que era de R$ 3 bilhões. Em contraste, as 17 empresas dependentes do Tesouro receberam um total de R$ 23,9 bilhões em subvenções da União ao longo de 2023 para viabilizar a oferta de serviços à sociedade.
Na reportagem do Valor Econômico, a secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do MGI, Elisa Leonel, destaca que essas companhias pagaram R$ 49 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio à União. “As estatais contribuem mais para gerar caixa do que para despesas da União“, argumenta, ressaltando a importância dessas empresas para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Em contraponto, especialistas em contas públicas ressaltam a importância de as empresas estatais manterem balanços saudáveis para evitar impactos negativos no resultado primário do governo. “Estatais superavitárias podem contribuir para a redução do déficit primário“, afirma a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria na reportagem.
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