A cerca de dez dias de tomar posse, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado por suborno no Tribunal Criminal de Manhattan, Nova York. Porém, ele não cumprirá pena.
Apesar de não ocorrer efeito prático, Trump entra para a história como o primeiro condenado criminal a ocupar o Salão Oval da Casa Branca, em pouco mais de 240 anos desde a independência do país.
O juiz Juan Merchan sentenciou Trump à “liberdade incondicional”, dispensando prisão, liberdade condicional ou multa. Segundo Merchan, a decisão foi tomada para preservar a integridade do cargo presidencial.
“Donald Trump, o cidadão comum, não teria direito a proteções tão consideráveis, mas a proteção do cargo de presidente é um fator que supera todos os outros”, afirmou o juiz.
Condenação histórica de Donald Trump
Em maio, um júri considerou Trump culpado de 34 acusações de falsificação de registros comerciais. As acusações estão relacionadas a um pagamento de US$ 130 mil feito pelo então advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, à atriz pornô Stormy Daniels pouco antes das eleições presidenciais de 2016. O dinheiro teria sido usado para garantir o silêncio de Daniels sobre um suposto caso com Trump em 2006, alegação negada pelo presidente eleito.
O promotor Joshua Steinglass destacou que cada acusação poderia resultar em até quatro anos de prisão, mas recomendou a liberdade incondicional. “Devemos respeitar o cargo de presidente e estar cientes do fato de que este réu será empossado em 10 dias”, explicou.
Apesar da recomendação, Steinglass criticou Trump por seus ataques contínuos ao sistema judicial durante o processo. “Ele causou danos duradouros à percepção pública do sistema de justiça criminal”, afirmou o promotor.
Defesa de Trump
Participando da audiência remotamente, Trump chamou o caso de uma “caça às bruxas política” e acusou os promotores de tentar prejudicar sua reputação. “Esta foi uma experiência terrível. Este caso foi movido para me prejudicar e, assim, me fazer perder a eleição”, declarou.
A sentença representa um marco na história política dos Estados Unidos, uma vez que Trump se torna o primeiro presidente eleito a assumir o cargo com uma condenação criminal. A Suprema Corte dos EUA rejeitou uma tentativa de última hora de sua defesa para suspender a sentença.
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