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Diálogo Político: ex-presidentes da Câmara defendem consenso em meio à polarização

Diálogo Político: ex-presidentes da Câmara defendem consenso em meio à polarização

Durante o Macro Day do BTG Pactual, três importantes figuras da política brasileira se reuniram para discutir os rumos do país em um painel que destacou a importância do diálogo político como ferramenta essencial para a governabilidade.

Michel Temer, ex-presidente da República e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara e atual presidente da Fin, e Arthur Lira, deputado federal e ex-presidente da Câmara, participaram de uma conversa mediada pela jornalista Amanda Klein.

André Esteves, do BTG Pactual, abriu o evento destacando o papel fundamental dos três líderes políticos no processo de reformas que contribuíram para a resiliência econômica brasileira. “A resposta para a economia estar um pouco mais resiliente está na sequência de reformas que nós fizemos”, afirmou Esteves, citando a reforma trabalhista, a reforma da previdência, a independência do Banco Central e diversas privatizações realizadas sob a liderança política dos convidados.

A centralidade do diálogo na política

Michel Temer enfatizou que o diálogo político representa a base fundamental para o funcionamento das instituições democráticas. “O que eu percebo muitas e muitas vezes é que não existe diálogo, e isto prejudica muito, não só o relacionamento entre brasileiros em geral, mas até entre instituições”, declarou o ex-presidente da República.

Temer defendeu ainda a criação de um “pacto republicano” entre os órgãos do poder, criticando as classificações tradicionais de esquerda e direita. “Eu tenho um certo desprezo por esse conceito de esquerda, direita, centro, porque eles estão superados desde a época que caiu o muro de Berlim”, afirmou, argumentando que o que importa são os resultados para o povo brasileiro.

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Tensões institucionais e governabilidade

Arthur Lira, participando por videoconferência devido às condições climáticas, abordou as dificuldades atuais na articulação política. “A grande virtude do governo Temer foi atender ao Congresso quase que diuturnamente, ouvir e dialogar”, destacou Lira, contrastando com o cenário atual de “muita cautela, de muita dificuldade de diálogo político e nós precisamos urgentemente sair dessa situação”.

O deputado criticou a falta de articulação do governo atual com o Congresso, exemplificando com o caso do IOF: “não foi discutido com o presidente da Câmara, não foi discutido com o presidente do Senado, não foi discutido com líderes partidários do Congresso Nacional”.

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O papel do congresso e as emendas parlamentares

Rodrigo Maia ofereceu uma perspectiva crítica sobre o atual arranjo político, defendendo que o problema não está exclusivamente nas emendas parlamentares. “O que nós temos que estar discutindo aqui é um critério nacional para aplicação dos recursos”, argumentou Maia, propondo que tanto governo quanto parlamento sejam submetidos a critérios transparentes.

Maia também fez uma reflexão sobre a força do parlamento, sugerindo que “o momento que o parlamento foi mais forte, desde a redemocratização, talvez tenha sido no governo do presidente Michel Temer”, quando havia maior capacidade de articulação conjunta na formulação de políticas públicas.

Perspectivas para 2026 e o futuro da política

Quanto ao cenário eleitoral de 2026, os participantes demonstraram diferentes visões. Rodrigo Maia defendeu uma separação entre a “direita pragmática” e a “extrema-direita”, sugerindo que a candidatura natural seria do governador Tarcísio de Freitas contra o presidente Lula. “Eu acho que nada mais forte no outro campo do que uma candidatura de oposição que representa o conservadorismo das suas ideias”, afirmou.

Arthur Lira manteve cautela sobre definições eleitorais, preferindo focar no trabalho legislativo: “você pode até dizer em quem você vai votar um ano e meio antes, mas você dizer em quem você não vai votar é muito complicado”.

Reformas pendentes e agenda legislativa

O debate também abordou pautas em andamento, como a proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais. Lira, relator da matéria, reconheceu que “há uma unanimidade no Congresso Nacional com relação à isenção, mas há muita discussão” sobre as formas de compensação fiscal.