A desaprovação ao governo Lula (PT) voltou a crescer em novembro e atingiu 50%, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (12). O índice representa alta de um ponto percentual em relação a outubro, quando era de 49%. Já a aprovação caiu de 48% para 47%, enquanto 3% não souberam ou preferiram não responder.
O levantamento mostra uma reversão de tendência após meses de estabilidade. Desde julho, a aprovação vinha oscilando levemente para cima, enquanto a desaprovação caía dentro da margem de erro. Agora, a curva se inverteu.
“Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente”, afirmou Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Avaliação do governo
Na avaliação geral, o governo também registrou piora. A parcela que considera a gestão positiva caiu de 33% para 31%, enquanto a negativa subiu de 37% para 38%. Já os que classificam o governo como regular passaram de 27% para 28%.
A diferença entre aprovação e desaprovação ampliou-se para três pontos percentuais — em outubro, era de um ponto. Entre fevereiro e setembro, a desaprovação já havia superado a aprovação, com pico em maio, quando a distância entre ambas chegou a 17 pontos (57% a 40%).
Segmentos com maior queda
A desaprovação cresceu principalmente entre os brasileiros com renda acima de dois salários mínimos, entre as mulheres e entre os católicos.
Entre quem recebe de dois a cinco salários mínimos, a desaprovação passou de empate técnico para vantagem (53% contra 45%). Já entre os que ganham acima de cinco salários, o índice negativo subiu para 56%, frente a 42% de aprovação.
Entre as mulheres, houve empate técnico (51% aprovam e 46% desaprovam), revertendo a tendência positiva registrada em outubro. Entre os católicos, também há equilíbrio: 50% aprovam e 47% desaprovam o governo.
Eleitorado independente
O levantamento mostra ainda que a lua de mel com o eleitorado independente perdeu força. Em outubro, havia empate técnico entre aprovação (46%) e desaprovação (48%). Agora, a rejeição voltou a ser maioria, com 52% ante 43% de aprovação — cenário que não se via desde agosto de 2025.
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Segurança pública e efeitos do tarifaço
Segundo a Quaest, o resultado reflete o impacto de dois temas recentes: o tarifaço, que havia melhorado momentaneamente a percepção sobre o governo, e a crise na segurança pública, agravada pela megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos.
A pesquisa revela que 67% dos brasileiros aprovam a operação nos complexos do Alemão e da Penha, e 57% discordam da declaração de Lula de que a ação foi “desastrosa”. A preocupação com a violência subiu de 30% para 38% no período.
Encontro com Trump e percepções políticas
O levantamento também investigou a repercussão do encontro de Lula com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para 45% dos entrevistados, o petista saiu mais fortalecido após a reunião.
Realizada entre 6 e 9 de novembro, a pesquisa ouviu 2.004 pessoas em todo o país, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.





