A reunião do Copom que será encerrada nesta quarta-feira (2) com a provável divulgação de queda ma Selic é a primeira com a participação dos diretores indicados pelo governo Lula: Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, considerada a área chave para o embasamento técnico da decisão sobre os juros, e Ailton Aquino dos Santos, de Fiscalização.
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Nas reuniões anteriores deste ano, participavam apenas os diretores já indicados pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro, sempre com o aval de seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Lula poderia ter indicado os seus diretores desde março, mas preferiu segurar os nomes até negociar uma aprovação sem maiores dificuldades pelo Senado.
Galípolo, um nome com experiência na academia e no mercado financeiro, e que no primeiro semestre foi secretário-executivo no Ministério da Fazenda, espécie de número 2 do ministro Fernando Haddad, foi colocado no cargo para começar a levar uma visão menos ortodoxa ao BC.
O próprio Haddad disse que a indicação contou com o aval do presidente Roberto Campos Neto, que vem sendo criticado por Lula e por membros do governo e do PT pela decisão de manter a Selic em 13,75% nas reuniões anteriores do Copom neste ano – em todas elas, vale registrar, com decisões unânimes.
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Copom: quem forma o comitê
.O Copom é formado pelo presidente do Banco Central e pelos oito diretores. Todos eles têm mandatos fixos de quatro anos, com dois sendo substituídos a cada ano, a fim de reduzir a influência do governo sobre as decisões do BC. Hoje, os membros do Copom são:
- Roberto Campos Neto (presidente) – mandato até dezembro de 2024;
- Fernanda Magalhães Rumenos Guardado (diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) – mandato até dezembro de 2023;
- Maurício Costa de Moura (diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) – mandato até dezembro de 2023;
- Carolina de Assis Barros (diretora de Administração) – mandato até dezembro de 2024;
- Otávio Ribeiro Damaso (diretor de Regulação) – mandato até dezembro de 2024;
- Diogo Abry Guillén – diretor de Política Econômica) – mandato até dezembro de 2025;
- Renato Dias de Brito Gomes (diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução) – mandato até dezembro de 2025;
- Gabriel Galípolo (diretor de Política Monetária) – mandato até março de 2027;
- Ailton Aquino dos Santos (diretor de Fiscalização) – mandato até março de 2027
O anúncio sobre a Selic ocorrerá no início da noite, após o fechamento dos mercados. Analistas dão como certa a redução na taxa atual, mas há divergências sobre o tamanho, de 0,25 p.p. ou 0,5 p.p. A tendência é que Galípolo lidere a corrente por uma aceleração no processo, depois de dizer em sua sabatina no Senado que o trabalho do BC deve ser técnico, mas sem interditar o debate político.
Segundo informações de bastidores, Haddad avalia que a queda dos juros já poderia ter ocorrido na última reunião, a partir dos indicadores macroeconômicos positivos, como inflação e a melhora da perspectiva fiscal.
O head da EQI Research, Luís Moran, acredita que é importante, além da decisão numérica, observar os sinais transmitidos pelo Copom em seu comunicado e também na ata, que sai na semana que vem, além de verificar como será a divisão de opiniões e a atuação dos diretores indicados por Lula.
Ele acredita, ainda , que só a queda dos juros não será o suficiente para inserir o Brasil novamente em um ciclo de forte crescimento. “O que estamos falando aqui é de normalização dos preços. Estávamos em um cenário muito ruim, de crise, e agora a gente vai ter os múltiplos caminhando de volta às métricas históricas”, pondera, sobre a precificação de ativos.
Segundo ele, os analistas da EQI Research estão mais confiantes no cenário doméstico e menos no exterior. “Estamos otimistas com o consumo doméstico, empresas ligadas ao Brasil, em detrimento àquelas dependentes de moeda e commodities”, afirma po analista em entrevista na terça-feira ao BM&C News.
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