O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu a Selic, taxa básica de juros da economia, em 50 pontos-base, de 10,75% para 11,25% nesta quarta-feira (6), em decisão amplamente aguardada pelo mercado.
Esta foi a segunda alta consecutiva de um novo ciclo de alta – lembrando que, em 18 de setembro, a Selic sofreu um primeiro ajuste para cima, de 25 pontos-base, depois de ficar estacionada em 10,50%, logo após um ciclo de sete cortes sequenciais da taxa.

O Copom afirmou no comunicado emitido ao mercado que o cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista.
No exterior, o ambiente permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Federal Reserve (Fed), banco central americano.
Próximos passos para a Selic
Na decisão, o comitê afirma que “o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Para a EQI Asset, a Selic deve chegar a 11,75% até o final do ano, o que significa mais uma alta de 50 pontos-base na reunião de 10 e 11 de dezembro. Em fevereiro de 2025, a Selic deve ter novo aumento de 50 pontos, chegando a 12,25%. A partir do meio ano, aponta a gestora, pode ter início um novo ciclo de queda.
Copom cita fiscal na decisão da Selic
Com mercado no aguardo do anúncio de um pacote de corte de gastos por parte do governo, o fiscal foi tema do comunicado do Copom.
Segundo o comitê, a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio.
“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.
Selic: como ela impacta a sua vida?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a cada 45 dias, e serve de referência para todo o mercado financeiro.
A taxa Selic é utilizada como instrumento de controle da inflação e também como referência para diversas operações financeiras no país. Assim, ela é um indicador-chave que afeta as decisões de investimento, sendo particularmente relevante na escolha de ativos em uma carteira de investimentos.
Quando a taxa Selic está em alta, isto é, em um cenário de juros elevados, os investidores têm maior incentivo para alocar seus recursos em ativos de Renda Fixa. Isso ocorre porque esses ativos costumam oferecer rendimentos mais atrativos em momentos de taxas de juros elevadas. Títulos públicos, CDBs, LCIs e outros instrumentos de renda fixa se tornam opções mais interessantes, proporcionando retornos competitivos em relação ao custo de oportunidade associado ao rendimento básico da economia.
Por outro lado, em períodos de queda da taxa Selic, os investidores podem buscar alternativas mais rentáveis para maximizar seus ganhos. Nesse contexto, ativos de Renda Variável, como Ações e Fundos Imobiliários, tornam-se mais atrativos, uma vez que o custo de oportunidade para investir nesses instrumentos diminui. Ações de empresas com bom desempenho e potencial de valorização passam a ser consideradas como parte integrante de uma carteira diversificada.
Além disso, a taxa Selic influencia diretamente o custo do crédito no país. Em momentos de juros mais baixos, as condições de financiamento tendem a se tornar mais favoráveis, impactando setores como o imobiliário e o empresarial. Investidores podem, então, considerar alocações em setores específicos que se beneficiam desse ambiente econômico.
É fundamental que os investidores compreendam o papel da taxa Selic e monitorem seu comportamento para tomar decisões informadas sobre suas carteiras de investimentos. O cenário macroeconômico, as expectativas de inflação e as projeções para a taxa de juros são variáveis que devem ser cuidadosamente consideradas ao definir estratégias de investimento.
A compreensão do ciclo econômico e a adaptação da carteira às condições do mercado são aspectos essenciais para otimizar os resultados dos investimentos em um ambiente dinâmico e sujeito a mudanças.
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