O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 10,75% (+25 pontops-base, bpbs), de maneira unânime, em linha com a nossa expectativa.
O comunicado indicou que a atividade econômica parece ter sido o principal motivo por trás dessa decisão, dado que o hiato de produto foi “reavaliado para o campo positivo”, o que pode ter gerado um impacto ao redor de 0,30pp nas projeções de inflação para 2025 e 2026.
Além disso, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio permaneceram em patamar acima do observado na última reunião, se mostrando persistentes (um dos condicionantes mencionados na última ata do Copom). Com isso, os membros do Copom caracterizaram o balanço de riscos com assimetria altista.

Copom: revisão para a inflação
De maneira surpreendente, a projeção de inflação para o horizonte relevante, 1º trimestre de 2026, foi elevada para 3,5%, de 3,4%. Nossa expectativa era de estabilidade ou pequena queda.
Como mencionado acima, o principal motivo foi a revisão da atividade. Assim, o ciclo de alta de juros da pesquisa Focus de 100pbs, utilizado na modelagem do Copom, não foi suficiente sequer para manter a projeção estável.
Próximos passos
Os membros do Copom afirmaram que se iniciou um ciclo de ajustes na taxa de juros, mas que o ritmo das próximas altas e a magnitude total de aperto monetário ainda estão em aberto, dependendo da atividade econômica, das projeções de inflação, das expectativas de inflação e o balanço de riscos.
Entendemos que a decisão de quarta-feira (18), e o comunicado em especial, com uma projeção mais alta no horizonte relevante, reforçam nosso cenário de taxa Selic em 12,5% no 1º trimestre de 2025 e uma aceleração do ritmo de alta de juros para 50pbs já na próxima reunião do Copom.
Por Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset