O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (18), elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano (a.a.), após decidir, de forma unânime, por uma elevação de 0,25 ponto percentual.
O comitê entendeu que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, disse.
De acordo com o colegiado, o ambiente externo permanece desafiador, em função do momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato para o campo positivo.
“A inflação medida pelo IPCA cheio assim como medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, disse comunicado do Copom.

Projeções do Copom
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,4% e 4,0%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o primeiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,5% no cenário de referência, segundo divulgado pelo comunicado.
“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, disse o comunicado.
Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, segundo o colegiado, destacam-se fatores como: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
Já entre os riscos de baixa, destacam-se: uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
BTG projetou aumento de 0,25 ponto da taxa Selic
Antes da reunião do Copom, o banco BTG Pactual ($BPAC11), projetava uma elevação da taxa Selic em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), saindo de 10,50% para 10,75% ao ano – o que vem a se confirmar agora.
A estimativa do banco se baseou na comunicação recente mais dura por parte da autoridade monetária, assim como as surpresas altistas nos dados de atividade econômica e inflação.
Além disso, os efeitos na taxa de câmbio que, mesmo precificando ciclos de política monetária em sentidos opostos no Brasil e Estados Unidos, “continua em terreno mais depreciado e impactando negativamente as expectativas de inflação”.
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