O Comitê de Política Econômica (Copom) deve manter a taxa de juros em 13,75% ao ano na reunião da próxima quarta-feira (21), encerrando o ciclo de alta da taxa de juros. É o que prevê relatório do BTG (BPAC11).
Segundo o banco, do último encontro do Copom, realizado em 3 de agosto para cá, os bancos centrais têm adotado discursos mais hawkish a fim de reprecificar os juros futuros até então otimistas ao longo de 2023.
Este fato pode ter ajudado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o Diretor de Política Monetária, Bruno Serra, também a se expressarem nesta direção.
No Brasil, dados de atividade continuam robustos no setor de serviços e emprego, refletindo no IBC-Br de julho bem acima das expectativas (+1,17% vs +0,4% esperado). Logo, é esperado que o BC traga a luz o debate sobre o hiato do produto, fundamentais para a formação de premissas de inflação prospectiva e, portanto, nível adequado de taxas de juros para controle das expectativas dentro das metas de inflação.
Copom: decisão deve seguir dados econômicos recentes
Para o banco, este fator tende a ganhar mais destaque, uma vez que as incertezas políticas e, portanto, fiscais, devem permanecer nos mesmos níveis nas próximas reuniões do Copom.
Com essas opções na mesa, o Copom deve seguir com os atuais níveis (13,75%), mas reforçando suas preocupações externas e domésticas a fim de manter clara a comunicação de que os juros não deverão ceder antes do 1º semestre do próximo ano, reforçando o cenário de juros mais altos e por mais tempo ao longo de 2023, pontua o banco.
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Inflação nos EUA demanda intensidade
Na parte internacional, os discursos do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, e de Christine Lagarde, na última reunião do BCE, apenas formalizaram um ambiente mais duro ao combate à inflação que já vinha sendo precificado antes destes eventos.
“De início de agosto para cá, os juros terminais nos EUA (fed funds rate para março/2023) saíram de 3,4% para os atuais 4,4%, enquanto os juros europeus de mesmo vencimento saíram de 1,1% para 2,5%”, pontuou o relatório.
Adicionalmente, a recente leitura do CPI US de agosto veio acima das expectativas no headline (+0,1% m/m vs -0,1% m/m esperado) e no núcleo (+0,6% vs +0,3% esperado), reafirmando que o combate à inflação nos EUA ainda demanda intensidade.
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