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Com juros elevados, mercado de trabalho perde força, afirma Stephan Kautz

Com juros elevados, mercado de trabalho perde força, afirma Stephan Kautz

Mesmo com recordes históricos, dados mostram perda de ritmo no mercado de trabalho brasileiro

A taxa de desocupação de outubro chegou a 5,4% no trimestre encerrado em outubro de 2025, o menor nível desde o início da série histórica em 2012. O recuo foi de 0,2 ponto frente ao trimestre móvel anterior e de 0,7 ponto em comparação com o mesmo período de 2024. O avanço reflete um mercado de trabalho ainda robusto, mas com nuances importantes de desaceleração que começam a se destacar.

A taxa de subutilização também marcou o menor índice da série, ficando em 13,9%. Já o rendimento real habitual atingiu R$ 3.528, mais um recorde, mostrando estabilidade no curto prazo e alta de 3,9% em relação ao ano anterior. O país registrou ainda 102,6 milhões de pessoas ocupadas e uma massa salarial em patamar histórico.

Recordes se repetem, mas ritmo de criação de vagas arrefece

Os números positivos incluem o menor contingente de desocupados desde que a pesquisa começou, com 5,9 milhões de pessoas. A queda foi de 3,4% no trimestre e de 11,8% na comparação anual. Ao mesmo tempo, a taxa de informalidade permaneceu em 37,8%, abaixo do índice observado um ano antes.

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O conjunto dos dados revela estabilidade na população ocupada e na taxa de ocupação, o que reforça a leitura de um mercado ainda aquecido. O setor privado chegou a 52,7 milhões de empregados, enquanto os trabalhadores com carteira assinada alcançaram 39,2 milhões, mais um recorde. Mesmo assim, alguns segmentos já mostram perda de força, como o de serviços domésticos e o de outros serviços.

Setores se movem de forma desigual e renda segue firme

A análise por atividade mostra crescimento em construção e em áreas ligadas à administração pública, educação e saúde. No ano, também houve expansão em transporte e logística. Em contrapartida, serviços domésticos e outros serviços recuaram tanto no trimestre quanto na comparação anual.

Quanto à renda, categorias como informação, comunicação, finanças, agricultura e construção registraram aumentos importantes. Esse movimento contribuiu para que a massa total de rendimentos chegasse a R$ 357,3 bilhões, outro recorde histórico.

Tá, e aí?Stephan Kautz

A fala de Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, destaca que, apesar dos recordes, o cenário não é tão positivo quanto a fotografia inicial sugere. Em sua avaliação direta, ele afirma:

“A gente teve hoje a taxa de desemprego. Ela até veio em quebra, mas quando você faz o ajuste sazonal, ela ficou parada… Então a gente não viu esse dado como um dado positivo.”

Segundo ele, há sinais claros de desaceleração. A queda da taxa de participação indica saída de trabalhadores do mercado, movimento associado ao desalento. Stephan observa:

“Já tem, pelo terceiro mês consecutivo, redução na quantidade de pessoas ocupadas… quando a gente olha o filme dos últimos três meses, claramente já é um sinal de deterioração.”

De forma indireta, sua análise aponta que esse arrefecimento pode favorecer o Banco Central, já que juros altos pressionam a economia e tendem a reduzir a inflação. Para ele, esse comportamento do mercado de trabalho reforça o cenário de cortes na taxa de juros a partir de janeiro.

Ouça a análise na íntegra: