A mineradora Taboca, que opera na mina de Pitinga, no Amazonas, anunciou a venda de 100% de suas ações para a China Nonferrous Trade (CNT), uma companhia controlada pelo governo de Pequim, levando uma reserva promissora de urânio e nióbio, em uma negociação avaliada em R$ 2 bilhões.
A transação, realizada pela empresa peruana Minsur S.A., dona da Taboca, foi comunicada ao Governo do Amazonas e gerou repercussão imediata. A mina de Pitinga, localizada a 107 km de Manaus, é uma das mais promissoras do Brasil, com uma reserva de urânio que atrai a atenção mundial.
Além do urânio, a região de Pitinga é rica em outros minerais estratégicos, como nióbio, tântalo, estanho e tório, todos essenciais para indústrias de alta tecnologia, como a aeroespacial e a de energia nuclear.
O nióbio, em particular, tem aplicação em ligas super-resistentes, usadas em turbinas, foguetes, baterias e satélites. A compra da reserva por parte de uma empresa chinesa levanta questionamentos sobre o impacto dessa transação no cenário nacional e global.
Urânio e nióbio: senador do PSDB critica venda
Após o anúncio, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) se manifestou contra a venda da mina para os chineses, criticando as restrições impostas à exploração de recursos naturais no Brasil e destacando o contraste com a liberdade concedida a empresas estrangeiras, como as da China.
O senador tucano alertou para o fato de que a aquisição do minério de urânio poderia fortalecer a indústria bélica da China, além de impulsionar suas usinas nucleares, colocando em jogo questões de segurança e soberania nacional, de acordo com a Exame.
Recentemente, Brasil e China assinaram 37 acordos durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, que teve encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro do G20, no Rio de Janeiro. A reunião incluiu uma série de discussões bilaterais, abrangendo temas como agricultura, indústria e um plano de cooperação com sinergias entre iniciativas brasileiras e a “Belt and Road Initiative” (Iniciativa Cinturão e Rota).
O Planalto pretende mudar o perfil de sua relação com a China, passando de mero exportador de commodities a um parceiro com integração financeira e a participação de suas indústrias nas cadeias de produção industriais chinesas. O fato de Xi ter firmado um comunicado que diz que o status da parceria foi elevado sinaliza, ao menos em tese, boa vontade dos chineses.
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