A China anunciou que vai isentar de visto os cidadãos do Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai em viagens de até 30 dias, uma medida que aproxima esses países das regras já aplicadas a diversas nações europeias e asiáticas.
A decisão busca facilitar o turismo, os negócios e a troca cultural, reforçando os laços diplomáticos e econômicos com a América Latina.
China e visto: entenda o que muda
A nova política entrará em vigor no dia 1º de junho e será válida por um ano. A isenção se aplicará a viagens com os seguintes propósitos:
- turismo;
- negócios;
- visita a familiares e amigos;
- intercâmbio;
- e trânsito.
“Damos as boas-vindas a mais amigos estrangeiros”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15).
A iniciativa acontece em um momento de crescente aproximação entre a China e países da América Latina. Desde o ano passado, cidadãos de grande parte da Europa, além de Japão e Coreia do Sul, já podem entrar no território chinês sem necessidade de visto. Com essa ampliação, Brasil e seus vizinhos passam a ter o mesmo benefício, o que representa um avanço nas relações internacionais da região.
Investimentos chineses no Brasil ganham força
A medida foi anunciada logo após um fórum de alto nível realizado em Pequim, com a presença de autoridades da China, América Latina e Caribe. Durante o encontro, o presidente Xi Jinping prometeu uma nova linha de crédito de US$ 9 bilhões e maior volume de investimentos na região.
No caso do Brasil, a aproximação já resultou em compromissos concretos. Segundo Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex), os chineses planejam investir cerca de R$ 27 bilhões no país. Entre os principais projetos estão:
- R$ 6 bilhões da montadora Great Wall Motors (GWM) para expandir operações locais;
- R$ 5 bilhões da Meituan, dona da plataforma de delivery Keeta, para iniciar atividades no Brasil;
- R$ 5 bilhões da Envision para construir um parque industrial com emissão zero de carbono;
- R$ 3 bilhões da CGN, empresa do setor energético.
Esses acordos foram impulsionados pela recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ásia, que reforçou o compromisso bilateral entre Brasil e China em diversas frentes, da mobilidade internacional ao desenvolvimento sustentável.