O Banco BTG Pactual (BPAC11) analisou os números da Tenda (TEND3). De acordo com a instituição financeira, em relatório divulgado nesta sexta-feira (11), a empresa que atua no setor imobiliário e construção registrou números ruins no 4TRI21. Mesmo em meio a um cenário adverso, o BTG ainda mantém recomendação de compra para a Tenda ao preço-alvo de R$ 40.
A construtora sofreu um prejuízo líquido de R$ 269 milhões, valor acima dos R$ 28 milhões previstos pelo banco de investimentos. A Tenda ainda encontrou obstáculos relacionados as suas margens e anotou a receita líquida de R$ 517 milhões, com queda de 25% ao ano e 30% abaixo das expectativas do BTG.
Por fim, o Ebitda ajustado da empresa foi de – R$ 211 milhões e o LPA foi de R$ – 2,79, índices inferiores aos projetados pelo banco: R$ 13 milhões e – R$ 0,29 respectivamente.
BTG Pactual (BPAC11): Derrapagens da Tenda
A Tenda obteve margem bruta de – 11%, que foi impactada devido aos custos excessivos, o que totalizou um prejuízo de R$ 350 milhões divididos em: R$ 73 milhões relacionados a alta da inflação – o que retraiu o mercado imobiliário; R$ 89 milhões devido à expectativa de alta inflação; R$ 85 milhões em reajustes e orçamentos de infraestrutura; e R$ 126 milhões relacionados a pandemia, o que dificultou o trabalho nos canteiros de obras.
O BTG alertou a cerca das derrapagens de custos, e de acordo com o banco de investimentos, o cenário é preocupante. Existe a expectativa de uma atividade cautelosa por conta da Tenda em seus empreendimentos e projetos, e desta forma, é previsto que as margens alcancem 29% até o final do ano.
Em relação ao consumo de caixa, a construtora contabilizou R$ 17 milhões, abaixo dos R$ 20 milhões calculados pelo BTG. A dívida líquida/patrimônio liquido foi 29%, e apesar das dificuldades, a alavancagem ficou dentro da meta: – 10% a + 10% dívida líquida/patrimônio.
Desempenho abaixo do esperado
A Tenda lutou contra a queda em suas margens, devido aos custos mais altos na construção civil e acumulou um baixo fluxo de caixa, já que a empresa tenta financiar clientes para aumentar as suas margens. Estima-se uma possível recuperação, que serão relacionadas ao CVA.
Por fim, o grande obstáculo da empresa são as suas margens, e o baixo índice, gera desconfiança e incerteza para o ano. Este cenário pode ser um entrave para as ações em um curto prazo.
Por fim, em relatório anterior, o BTG destacou a junção entre Tenda e Alea, que pode ser um sopro de esperança para a companhia. Vale lembrar, que a Alea atua na construção de casas residenciais, o que garante uma maior variedade no portfólio da construtora que tem como foco a venda de apartamentos.






