Em um movimento que marca a reaproximação entre Brasil e EUA, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se em Washington, com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer. Segundo nota conjunta, as autoridades “mantiveram conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento”.
O principal tema do encontro foi a política tarifária imposta por Washington sobre produtos brasileiros. Desde o início do ano, os Estados Unidos mantêm tarifas de 50% sobre diversas exportações do Brasil, medida que havia sido justificada pela Casa Branca como resposta a questões políticas internas brasileiras, incluindo a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
De acordo com o comunicado, Brasil e EUA concordaram em estabelecer uma rota de trabalho conjunto e avançar em discussões em várias frentes. As autoridades também se comprometeram a trabalhar pela realização de uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump “na primeira oportunidade possível”. Ainda não há data nem local definidos para o encontro, embora inicialmente se esperasse que ocorresse durante a Cúpula da Asean, na Malásia, no fim de outubro.
Brasil e EUA: encontro Lula-Trump ainda sem data definida
Em entrevista a jornalistas, Mauro Vieira destacou que as agendas dos presidentes irão determinar o momento mais adequado para a reunião. O chanceler afirmou que o diálogo “foi produtivo e sinaliza um novo momento nas relações entre Brasil e Estados Unidos”.
A reunião em Washington é o primeiro encontro de alto nível entre os dois países desde que Trump reassumiu a presidência norte-americana, em janeiro. O gesto é visto como uma tentativa de reduzir a tensão diplomática que se agravou nos últimos meses, após as sanções financeiras e consulares impostas por Washington a autoridades brasileiras.
Com o avanço das conversas, tanto Brasília quanto Washington indicam disposição em reconstruir laços estratégicos e comerciais, buscando restabelecer a confiança mútua em um momento delicado das relações entre Brasil e EUA.
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